Atividade econômica do Chile cresceu 20,1% em junho, um recorde
Santiago, 2 Ago 2021 (AFP) - A atividade econômica do Chile cresceu 20,1% em junho, um recorde, impulsionada pela adaptação dos setores produtivos à pandemia e com base em uma taxa comparativamente baixa frente ao árduo mês de junho de 2020, informou o Banco Central.
O Índice Mensal de Atividade Econômica (Imacec) de junho - que antecipa o cálculo posterior do PIB - situou-se acima das expectativas do mercado, que antecipava uma expansão de 16% a 19% em meio ao gradativo relaxamento das restrições sanitárias.
De acordo com o Banco Central, a série dessazonalizada aumentou 2,1% em relação a maio, enquanto o mês teve um dia útil a menos do que junho de 2020, quando a pandemia impactou duramente o Chile e arrastou o Imacec para uma queda de 12,4%.
Para o governo, os números positivos deste ano não se devem apenas à baixa taxa de comparação.
"É verdade que no ano passado esse mesmo mês foi ruim para a economia. No entanto, 20% vão além de um efeito repique", comentou o ministro da Fazenda, Rodrigo Cerda.
"Temos que nos orgulhar como país pelo que de alguma forma estamos conseguindo. A recuperação da economia a fazem basicamente os que estão aqui, os trabalhadores que permitem que a economia volte a caminhar", acrescentou.
- Crescimento generalizado -Segundo o relatório do Banco Central, durante junho "todos os componentes do Imacec cresceram em relação ao mesmo período do ano passado, destacando a contribuição das atividades de serviços".
De fato, a atividade comercial cresceu 46,4%, impulsionada pelas ajudas econômicas entregues pelo governo para fazer frente à pandemia (que beneficiam 15 milhões dos 19 milhões de habitantes do país) e os saques parciais dos fundos de pensão, aprovados pelo Congresso para ajudar as famílias.
Em maio, o crescimento interanual da atividade econômica segundo este índice tinha sido de 18,1%, até então, o maior desde que há registros no Banco Central, agora superado pelos 20,1% de junho.
O Banco Central estima que a economia do Chile crescerá 9,5% este ano, recuperando com folga a queda de 5,8% registrada no ano passado. A previsão se fundamenta basicamente no impulso das ajudas sociais, nos saques dos fundos de pensão e na alta internacional do preço do cobre, do qual o Chile é o principal produtor mundial.
Com 80% de sua população-alvo (15,2 milhões de uma população de 19 milhões) com seu esquema vacinal completo, o Chile registra uma redução dos contágios do coronavírus, depois que um pico de casos desde março obrigou o governo a decretar quarentenas em grande parte do país.
Hoje, com contágios que beiram os mil por dia, quase todo o país está livre do confinamento, embora algumas medidas restritivas sejam mantidas para as atividades comerciais, com capacidade reduzida e toque de recolher noturno.
pa/rsr/mr/mvv
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