Justiça espanhola arquiva processo contra dois empresários em caso de espionagem
Madri, 29 Jul 2021 (AFP) - A Justiça espanhola arquivou, nesta quinta-feira (29), o caso contra o presidente do grupo de petróleo Repsol e o antigo número um do banco CaixaBank, que eram suspeitos de encarregar um ex-policial de espionar um concorrente.
O caso está ligado ao controverso ex-policial José Manuel Villarejo, peça chave de vários escândalos por ter espionado e gravado secretamente personalidades da política e do setor empresarial, colocando até a família real em apuros.
O juiz de instrução encarregado da investigação ordenou "o arquivamento provisório do processo" contra Antonio Brufau (Repsol) e Isidro Fainé (ex-presidente do CaixaBank), segundo a decisão consultada pela AFP, que cabe recurso.
Os dois empresários foram acusados em meados de abril de um suposto "suborno ativo".
Eram suspeitos de terem contratado entre 2011 e 2012 os serviços do então comissário da polícia José Manuel Villarejo, agora fora da polícia e investigado em vários casos de corrupção, para espionar o presidente da construtora Sacyr, Luis Fernando del Rivero, a quem queriam impedir de tomar o controle da Repsol, da qual o CaixaBank era um importante acionista.
O juiz afirmou que sua investigação não encontrou "indícios que indiquem que os presidentes das empresas interferiram" na contratação de Villarejo, realizada pelos chefes de segurança das empresas que dirigiam.
O processo contra Repsol e CaixaBank, acusadas enquanto pessoas jurídicas, também foi arquivado, informou a decisão judicial.
Villarejo, de 69 anos, foi colocado em liberdade condicional em março após mais de três anos em prisão provisória, à espera do início do julgamento por outro caso de espionagem, no qual está envolvido o banco BBVA, cujo ex-presidente Francisco González foi denunciado em 2019.
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