Desnutrição e tuberculose são as principais causas de morte nas prisões da Venezuela (ONG)
Caracas, 29 Jul 2021 (AFP) - Mais de 60% das mortes nas prisões da Venezuela em 2020 ocorreram devido a razões de saúde, com a tuberculose em meio a uma grande superlotação e a desnutrição agravada pela pandemia de covid-19 como as principais causas.
Não há fontes oficiais sobre mortalidade carcerária, mas a ONG Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) informou nesta quarta-feira (28) que de um total de 292 pessoas privadas de liberdade que morreram em 2020, 184 foram por questões de saúde.
"Tuberculose e desnutrição foram as principais causas de mortes, já que pelo menos 85% de todas as mortes por saúde estão associadas a essas patologias", disse esta organização muito crítica do governo do presidente Nicolás Maduro e próxima ao líder da oposição, Juan Guaidó.
Por causa do coronavírus, o governo ordenou a suspensão das visitas aos presídios e, assim, da entrada de alimentos, pois são os familiares que assumiram a tarefa de levar comida aos presos. As visitas permaneceram suspensas por cinco meses.
Os números coincidem com outro relatório, da ONG Una Ventana a la Libertad, também crítica das políticas chavistas, que será apresentado na próxima semana.
A organização relata 208 mortes, sendo 86 por tuberculose, 13 por desnutrição e cinco por ambas as condições. Apenas dois falecimentos por covid-19 foram registrados.
"Doenças e desnutrição" substituíram "a violência como causa de morte nas prisões", apontou à AFP Carlos Nieto Palma, diretor da ONG. "Segundo nossos relatórios, a desnutrição está sempre associada a outra doença."
A população carcerária da Venezuela era composta por pouco mais de 37.500 pessoas, sendo 35.360 homens e 2.183 mulheres, de acordo com a OVP, que estima uma superpopulação de 40% acima da capacidade das instações.
jt/mbj/rsr/ic
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