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Milhares de etíopes fogem dos combates e se abrigam no Sudão

27/07/2021 07h48

Cartum, 27 Jul 2021 (AFP) - Cerca de 3.000 etíopes cruzaram na segunda-feira (26) a fronteira com o Sudão, procedentes da região etíope de Amhara (norte), vizinha da zona do Tigré, devastada pela guerra - anunciou o governo sudanês.

Ambas as regiões estão há décadas envolvidas em um conflito territorial, reavivado pelos confrontos em Tigré desde o final de 2020.

"Três mil pessoas da tribo Qemant cruzaram a fronteira" na altura de Taya, na localidade de Basenda, informa um relatório do governo sudanês, ao qual a AFP teve acesso.

Basenda fica na disputada zona de Al Fashaga, no estado de Gadarif (leste do Sudão), onde a instalação de agricultores etíopes protagoniza um litígio fronteiriço há décadas.

No domingo (25), o presidente da região de Amhara, Agegnehu Teshager, convocou todos os seus cidadãos armados para lutarem contra os rebeldes da vizinha Tigré, referindo-se a uma "campanha de sobrevivência".

Em novembro de 2020, após meses de tensão, o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, enviou o Exército federal para Tigré para destituir as autoridades regionais da Frente de Libertação do Povo Tigré (TPLF).

No final de novembro, ele declarou vitória, após tomar a capital regional, Mekele. Os combates continuaram e, em junho, os rebeldes pró-TPLF haviam recuperado a maior parte da região, incluindo Mekele.

A guerra deixou milhares de mortos e centenas de milhares de deslocados. Segundo a ONU, a fome afeta pelo menos 350 mil pessoas na região, algo que o governo etíope nega.

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