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HRW acusa Israel e Hamas de 'supostos crimes de guerra' no conflito de Gaza

27/07/2021 07h24

Jerusalém, 27 Jul 2021 (AFP) - A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) acusou Israel e o movimento armado palestino Hamas, nesta terça-feira (27), de "supostos crimes de guerra" durante os confrontos ocorridos entre ambos os lados em maio passado na Faixa de Gaza.

Entre 10 e 21 de maio, o governo do Hamas em Gaza e o Exército israelense travaram uma guerra de 11 dias. Neste conflito, 260 palestinos, incluindo crianças, perderam suas vidas, assim como 13 pessoas em Israel, entre elas um menino e uma adolescente.

A HRW investigou três ataques aéreos do Exército: um, em 10 de maio, em Beit Hanun; outro, em 15 de maio, no acampamento de Al Shati; e um terceiro, em 16 de maio, na rua Al Wahda, no centro da cidade de Gaza. Juntas, as três ofensivas resultaram na morte de 62 "civis palestinos", segundo a ONG.

"O Exército israelense disse ter atacado túneis e um centro de comando subterrâneo usado pelos grupos armados, mas não apresentou qualquer detalhe para corroborar essa afirmação", afirmou a HRW.

Os investigadores internacionais desta ONG tiveram seu ingresso na Faixa de Gaza "negado" por Israel.

Território palestino de dois milhões de habitantes, Gaza está bloqueada por Israel desde 2007.

A ONG denuncia ainda que os grupos armados palestinos - em primeiro lugar o Hamas, que controla a Faixa de Gaza - "também cometeram ataques ilegais" e disse que vai investigá-los em separado.

De acordo com informações divulgadas pelo Exército israelense, foram lançados mais de 4.300 foguetes e morteiros na direção de Israel.

Como "Israel e as autoridades palestinas se mostraram muito relutantes a abordar os abusos cometidos por suas forças", o Tribunal Penal Internacional (TPI) deve "iniciar uma investigação" sobre esses "supostos crimes de guerra", defendeu a HRW.

No início deste ano, o Tribunal Penal Internacional já havia anunciado a abertura de uma investigação sobre supostos crimes cometidos nos Territórios Palestinos desde 2014. A iniciativa foi rejeitada por Israel, mas acolhida com satisfação pelos palestinos.

Nesta terça-feira, a HRW pediu que a mais recente guerra de Gaza, a quarta desde o final de 2008, seja incluída na investigação do TPI, assim como os "crimes do Apartheid".

Em abril, a HRW classificou como "apartheid" a política de Israel em relação aos árabes que vivem em seu território, assim como aos palestinos residentes nos territórios ocupados. A declaração indignou as autoridades israelenses.

Israel e o Hamas ainda não reagiram ao novo relatório da HRW.

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