UE aprova plano de Itália para fundo de recuperação
A chancela foi anunciada durante uma visita da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a Roma. "O plano italiano é ambicioso, previdente e ajudará a delinear um futuro melhor para a Itália e a UE", disse a alemã durante um encontro com o premiê Mario Draghi nos estúdios Cinecittà, que serão reformados com os repasses europeus.
Chamado "Próxima Geração UE", o fundo de recuperação é o principal programa criado por Bruxelas para fazer frente à crise econômica provocada pela Covid-19 e se baseia em instrumentos inéditos no projeto de integração europeu, como a emissão de dívida por parte do bloco.
O fundo totaliza 750 bilhões de euros, e a Itália será sua maior beneficiária em números absolutos, com direito a cerca de 191,5 bilhões de euros, sendo 122,6 bilhões em empréstimos e 68,9 bilhões em subvenções sem necessidade de restituição.
O Plano Nacional de Retomada e Resiliência da Itália (PNRR) contém 190 medidas, incluindo 132 investimentos e 58 reformas estruturais, além de 525 objetivos a serem alcançados.
Incluindo 30,6 bilhões em recursos próprios, o PNRR totaliza 222,1 bilhões de euros, dinheiro a ser empregado até 2026, e é dividido em seis macroáreas: revolução verde e transição ecológica (68,65 bilhões), digitalização, inovação, competitividade e cultura (49,27 bilhões), educação e pesquisa (31,88 bilhões), infraestrutura e mobilidade sustentável (31,46 bilhões), inclusão e coesão (22,37 bilhões) e saúde (18,51 bilhões).
De forma geral, o plano é composto de propostas genéricas, mas também há projetos mais concretos, como investimentos de 24,77 bilhões de euros na rede ferroviária; 6,31 bilhões para levar internet banda larga a 8,5 milhões de residências, empresas e escritórios públicos; e 1,5 bilhão para construção de aterros sanitários e modernização dos já existentes.
Além disso, o programa prevê 2,72 bilhões de euros para a recuperação de patrimônios culturais, religiosos e rurais fora dos grandes centros turísticos e 4,6 bilhões para a criação de 228 mil vagas em creches, o que aumentaria a capacidade atual em 66%.
"Reunimos um plano de reformas ambiciosas, um plano de investimentos que mira tornar a Itália um país mais justo, competitivo e sustentável em seu crescimento", afirmou Draghi, que assumiu o governo em fevereiro tendo como um de seus principais objetivos a apresentação do PNRR a Bruxelas.
Os repasses da UE começarão a ser distribuídos após a aprovação dos planos nacionais pelo Conselho Europeu, que tem até quatro semanas para se pronunciar. (ANSA).
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