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Em meio a aumento de casos de Covid, festas de casamento voltam a ser autorizadas no Reino Unido

21/06/2021 10h54

Está aberta a temporada de casamentos no Reino Unido. Embora o governo tenha protelado o fim das restrições sanitárias no país, os casais que vinham adiando há mais de um ano o "sim" poderão fazer festas para mais de 30 convidados a partir desta segunda-feira (21).

Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres

Mas as celebrações só podem acontecer do lado de fora, em locais previamente autorizados, que deverão manter as regras de distanciamento social. Além disso, recomenda-se o uso de máscaras.

Nem por isso as famílias dos noivos devem se empolgar muito. Estão proibidos cantos e danças. No máximo, a tradicional primeira dança dos recém-casados será admitida. E só.

O governo pediu até para que os organizadores dos eventos tirem as pistas de dança dos locais. Ou seja, os casamentos ainda não serão o que eram.

Indústria respira aliviada

Mas a verdade é que só de poder realizar as festas, a indústria já respira aliviada no Reino Unido. Este é um mercado anual de quase R$ 100 bilhões no país. Estima-se que cerca de 132 mil casais tenham adiado a grande data desde o início da crise pandêmica.

A nova realidade que se impôs acabou mudando as prioridades de muitos noivos. Uma pesquisa de opinião do banco Halifax indica que pouco mais de 60% dos casais já consideram abrir mão das festas e partir direto para o financiamento da casa própria.

Eles acham que pode ser um melhor negócio, diante das incertezas que levaram a muitos adiamentos e dos altos custos das festas. O mercado imobiliário no Reino Unido, mesmo com a crise pandêmica, não arrefeceu. É um dos mais caros do mundo. Além disso, por conta do novo coronavírus, muita gente que morava na capital, resolveu se mudar para o campo atrás de espaço e jardim. Os preços dispararam em até 20%.

Última etapa da flexibilização

As outras restrições, que deveriam ser suspensas a partir desta segunda-feira, seguem em vigor pelo menos até 19 de julho. Entre elas, o uso obrigatório de máscaras e o teletrabalho. Os festivais, que costumam acontecer no verão, também estão suspensos até lá. Muitos, por medida de precaução, só devem ser realizados depois de agosto.

A variante Delta, como passou a ser conhecida a mutação surgida na Índia, já é responsável por mais de 90% dos novos casos no país. As contaminações têm crescido mais ou menos 50% a cada 11 dias. Na última semana, o aumento foi de quase 80%.

O número de hospitalizações e mortes, contudo, não subiu na mesma proporção. Mas isso acendeu a luz amarela dentro do governo britânico. O primeiro-ministro, Boris Johnson, preferiu esperar um pouco mais para acompanhar os desdobramentos do que pode ser uma nova onda de contaminações.

70% dos britânicos vacinados até julho

Enquanto isso, o país aperta o passo da campanha de vacinação. Espera-se que cerca de 70% dos adultos estejam totalmente imunizados até 19 de julho. Nesse fim de semana, o sistema nacional de saúde gratuita do país abriu clínicas de vacinação que as pessoas podem procurar sem a necessidade marcar hora, como tem sido feito desde o início da campanha.

Nesse domingo (20), o país registrou pouco mais de nove mil novos casos e seis mortes. Até agora, 59,5% da população adulta britânica já recebeu as duas doses de imunizante, o que equivale a 31,3 milhões de pessoas.

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