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Compromisso para salvar acordo nuclear com Irã está "próximo", diz negociador europeu

20/06/2021 12h20

Os negociadores europeus reunidos em Viena neste domingo (20), para retomar as negociações sobre o acordo nuclear entre o Irã e as potências, não concluíram as discussões. A delegação iraniana volta para Teerã neste domingo (20).
 

"Estamos mais próximos do que nunca de um acordo, mas ainda temos um longo caminho pela frente", disse o emissário europeu, Enrique Mora, anunciando o adiamento das discussões. Segundo ele, ainda há pontos que bloqueiam as discussões. 

Ainda não se sabe em qual data as negociações serão retomadas. A sexta rodada de nepociações entre o Irã e as potências mundiais teve início no dia 12 de junho na capital austríaca, onde foi assinado, em 2015, o acordo com o Irã.

 A Rússia, a China, a Grã-Bretanha, a França, a Alemanha e a União Europeia visam negociar o retorno dos Estados Unidos ao acordo histórico de 2015 e o cumprimento, pelo Irã, das medidas que limitam seu programa nuclear, em troca de um alívio das sanções internacionais.

O compromisso estipula, por exemplo, que os iranianos limitem o desenvolvimento de urânio, reduzindo as reservas para 300 quilos. Essa quantidade é insuficiente para produzir uma única bomba atômica.

Na época, o Irã também aceitou limitar o enriquecimento de urânio a 3,67%, bem abaixo dos 90% necessários para produzir uma arma nuclear.

Mais de 11 toneladas de urânio enriquecido a baixo teor foram despachadas para a Rússia.

O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse que os participantes descansariam após a reunião deste domingo e voltariam para seus países."Agora estamos mais perto do que nunca de um acordo. Mas não é fácil reduzir a distância que nos separa de um compromisso", declarou à televisão estatal iraniana.

"É hora de todas as partes, especialmente nossos homólogos, tomarem sua decisão final", acrescentou. As partes do acordo - Reino Unido, China, Alemanha, França, Rússia e Irã -já haviam se reunido em Viena em abril, com participação indireta dos Estados Unidos, para salvar o acordo, que promete a Teerã um alívio das sanções em troca de reduzir seu programa nuclear.

Entretanto, em 2018 o ex-presidente americano Donald Trump se retirou do pacto e voltou a impor sanções, o que levou o país a intensificar suas atividades nucleares a partir de 2019. 

Eleições complicam negociações

A eleição do conservador Ebrahim Raisi como novo presidente iraniano também pode dificultar as negociações. Os Estados Unidos lamentaram neste sábado que os iranianos não tenham podido participar de "um processo eleitoral livre e limpo" nas eleições presidenciais.  

Segundo o conselheiro para a Segurança Nacional do presidente americano Joe Biden, Jake Sullivan,a decisão sobre o futuro do acordo caberá ao guia supremo iraniano Ali Khamenei, e não ao novo presidente.

Sobre o acordo nuclear com Irã, o porta-voz do Departamento de Estado disse que as conversas indiretas de Viena tiveram um "progresso significativo" e que Washington deseja aproveitar a situação. "Continuaremos as discussões com nossos aliados e parceiros sobre um retorno mútuo ao cumprimento do Plano de Ação Integral Conjunto".

Israel também demonstrou preocupação com a eleição do novo presidente. O ultraconservador tem um claro "compromisso com o programa nuclear militar" de seu país, alertou um porta-voz israelense neste sábado (19). Raisi está "comprometido com o programa nuclear militar iraniano, que avança rapidamente.

Sua eleição revela claramente as intenções prejudiciais do Irã e deve causar grande preocupação na comunidade internacional", publicou no Twitter o porta-voz da chancelaria de Israel, Lior Haiat. Ele também considerou que o Irã elegeu "seu presidente mais extremista" desde o estabelecimento da República Islâmica, em 1979.

Com informações da AFP

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