Premiê da Itália defende vacinação com doses diferentes
"A vacinação heteróloga funciona e eu mesmo reservei na terça-feira porque minha primeira dose de AstraZeneca gerou poucos anticorpos. Funciona para mim e também para quem tem menos de 60 e 70 anos", disse ele, visivelmente irritado.
Draghi lamentou ainda que "o pior que se pode fazer é não se vacinar ou fazer apenas com uma única dose".
O premiê italiano convocou uma coletiva de imprensa para esclarecer a polêmica gerada após a decisão das autoridades sanitárias de utilizar a AstraZeneca apenas em cidadãos com mais de 60 anos, depois que uma jovem recém-vacinada morreu em decorrência de uma trombose.
No entanto, Draghi explicou que, se alguém com menos de 60 anos tomar a primeira dose da AstraZeneca e não quiser completar o ciclo de imunização com outra vacina diferente, "essa pessoa está livre para tomar a segunda dose" do laboratório anglo-sueco, mas depois de passar por uma consulta médica.
"O pior é não tomar a segunda dose" reiterou Draghi, lembrando que, "apesar de toda a confusão, é extraordinário como a população não mostra intenção de diminuir a vacinação e não se vacinar". "É extraordinário. Comparado a outros países, é um dos comportamentos mais admiráveis, não esqueçamos", enfatizou.
Por outro lado, o premiê italiano aproveitou para ressaltar que atualmente o principal desafio é "buscar" os 2,8 milhões de italianos com mais de 50 anos que ainda não foram vacinados.
"São eles que vão adoecer, e gravemente, e devem ser vacinados", insistiu.
Além disso, Draghi não esclareceu quando a obrigatoriedade do uso de máscaras protetivas ao ar livre na Itália será retirada, mas garantiu que enviará neste sábado (19) um pedido ao Comitê Técnico-Científico para avaliar a medida.
"Tem ocorrido muitas discussões, mas temos de continuar. Amanhã encaminharei, através do ministro Speranza, um pedido formal ao CTS pedindo que diga explicitamente se podemos tirar a máscara ao ar livre ou não", afirmou.
O comissário para a emergência sanitária no país, Francesco Paolo Figliuolo, por sua vez, aproveitou a coletiva para lembrar que cerca de 44,8 milhões de doses já foram aplicadas no país, sendo que 15,2 milhões de pessoas completaram a imunização, o equivalente a mais de 28% de toda a população.
O general ainda previu que 80% da população será totalmente vacinada em setembro. (ANSA)
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