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UE lança novo plano para relações com a Rússia: 'Responder, conter e dialogar'

Alto-comissário para a Política Externa da UE disse que o bloco evitará usar sanções econômicas contra os russos - Getty Images
Alto-comissário para a Política Externa da UE disse que o bloco evitará usar sanções econômicas contra os russos Imagem: Getty Images

Em Bruxelas (Bélgica)

16/06/2021 11h52Atualizada em 16/06/2021 12h14

A UE (União Europeia) lançou hoje uma nova estratégia para as relações do bloco com a Rússia, baseada em "responder, conter e dialogar". A apresentação do plano ocorre no pior momento das relações entre os dois lados e ainda precisará ser aprovado pelos 27 Estados-membros.

"Nas circunstâncias atuais, uma renovação na atual parceria entre UE e Rússia, que permita uma colaboração mais próxima, parece uma perspectiva longínqua. A nossa ambição deve ser aquela de explorar percursos que possam ajudar a mudar as dinâmicas atuais para, gradualmente, ter uma relação mais previsível e estável", afirmou o alto-comissário europeu para a Política Externa, Josep Borrell.

O espanhol pontuou que as relações serão "pragmáticas" e que têm cinco princípios-chave:

  • a plena atuação dos acordos de Minsk, que versam sobre o conflito na Ucrânia;
  • o reforço das relações com os parceiros orientais da UE e outros vizinhos;
  • o reforço da resiliência do bloco europeu;
  • o compromisso seletivo com a Rússia em casos de interesse europeu;
  • e o apoio à sociedade civil russa.

Ao ser questionado se o bloco usaria as sanções econômicas contra os russos com mais frequência, Borrell ressaltou que os europeus "estão reticentes" em usar esse método porque "isso tem impacto na vida dos cidadãos, que não são responsáveis" pelas crises.

"Queremos fazer uma distinção entre a população e o governo. O governo russo não é a Rússia, é algo diferente e espero que não haja um aumento nas sanções porque isso significaria uma nova deterioração das relações. As sanções são um instrumento a serviço de uma política e serão usadas de maneira seletiva, quando necessárias e com a função das circunstâncias de cada caso", acrescentou.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que "a história, a geografia e as pessoas vinculam a União Europeia e a Rússia" e o estado dessa relação "é complexo".

"Precisamos identificar os desafios e colher as oportunidades.

As escolhas deliberadas e as ações agressivas do governo russo nos últimos anos criaram uma espiral negativa. Gerir as relações UE-Rússia continua a representar um desafio estratégico fundamental para a UE. Em resposta, a União deverá continuar a agir em unidade e com coerência, defendendo os nossos valores e interesses fundamentais", pontuou Von der Leyen.

As relações entre o bloco e Moscou vêm piorando ano após ano e se agravaram intensamente desde 2014, quando os russos anexaram a Crimeia - que pertencia à Ucrânia - e fomentaram os grupos separatistas na área do Donbass.

Além disso, acusações de ataques hackers patrocinados pelo Estado e a perseguição aos opositores, especialmente, Alexei Navalny, foram criando situações de crises diplomáticas constantes.

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