UE, USA, Boeing e Airbus celebram trégua após 17 anos de conflito no setor aeronáutico
A União Europeia (UE) e os Estados Unidos chegaram a um compromisso nesta terça-feira (15) para acabar com 17 anos de conflito sobre subsídios no setor aeronáutico. O acordo, anunciado em Bruxelas após o encontro do presidente Joe Biden com os líderes europeus, suspende por 5 anos as sanções recíprocas na disputa entre a americana Boeing e a europeia Airbus.
A divergência se arrasta desde 2017, com pesadas tarifas punitivas dos dois lados, mas UE e EUA decidiram uma trégua de cinco anos sem sanções, ou tarifas recíprocas, para encontrar uma solução definitiva. O pacto permitirá a suspensão de parte das taxas comerciais adicionais decididas durante a presidência de Donald Trump. Em março, Bruxelas e Washington haviam anunciado a suspensão provisória de tarifas recíprocas até 11 de julho.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou em um comunicado que o acordo alcançado com a União Europeia (UE) é um modelo para responder aos desafios representados pela China. "Concordamos em trabalhar juntos para desafiar e responder às práticas da China em um setor que dá às empresas chinesas uma vantagem injusta", declarou Biden.
A representante americana do Comércio (USTR), Katherine Tai, disse que a trégua "resolve um antigo motivo de irritação na relação entre Estados Unidos e Europa".
A Boeing celebrou o pacto e garantiu que irá "apoiar os esforços do governo americano para respeitá-lo". Mesmo entusiasmo dos aliados europeus. O acordo "realmente abre um novo capítulo em nossa relação, porque passamos da disputa para a cooperação aeronáutica", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A Alemanha saudou um "sinal importante para a cooperação transatlântica". O ministro da Economia francês Bruno Le Maire pediu agora a "solução definitiva" dessa disputa.
A construtora europeia de aviões Airbus avalia que o acordo "cria condições para uma concorrência justa".
Símbolo de união
O anúncio sobre a extensão da trégua foi formalizado ao final da reunião desta terça-feira entre Biden, Ursula von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. A reunião representou a retomada de uma relação que enfrentou momentos difíceis em anos recentes, devido ao acúmulo de disputas comerciais. O conflito entre a Boeing e a Airbus é o mais longo da história da Organização Mundial do Comércio (OMC).
UE e Estados Unidos também se aliam contra a Rússia, que eles acusam de tentar desestabilizar a Ucrânia e a Geórgia. Estes dois ex-países soviéticos da Europa Central tentam se aproximar do bloco europeu. Na véspera da cúpula com o presidente russo Vladimir Putin em Genebra, Biden deixou Bruxelas fortalecido pelo símbolo dessa união com os europeus.
(Com agências AFP e Reuters)
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