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Presidente filipino rejeita cooperação com TPI por guerra às drogas

15/06/2021 06h04

Manila, 15 Jun 2021 (AFP) - O presidente filipino, Rodrigo Duterte, "nunca vai cooperar" com uma investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre a mortal guerra contra as drogas no país asiático, afirmou seu porta-vos.

A promotora chefe do TPI, Fatou Bensouda, pediu na segunda-feira aos juízes do tribunal que autorizem uma investigação sobre as versões de que a polícia filipina matou milhares de civis entre 2016 e 2019.

Duterte, eleito em 2016 com a promessa de liberar o país do problema das drogas, ordenou abertamente que a polícia matasse os suspeitos de tráfico quando suas vidas estivessem em perigo.

"O presidente nunca vai cooperar até o fim de seu mandato, em 30 de junho de 2022", declarou o porta-voz Harry Roque, depois de reiterar que o TPI não tem jurisdição sobre as Filipinas, país que se retirou deste fórum.

Manila saiu do TPI em 2019, depois que o tribunal iniciou uma avaliação preliminar sobre a guerra contra as drogas. Bensouda disse que pode investigar crimes cometidos quando o país era membro.

"A partir das informações disponíveis pode-se entender que funcionários da Polícia Nacional filipina e outras pessoas que agiram em coordenação com ela mataram ilegalmente milhares ou mesmo dezenas de milhares de civis durante o período sob investigação", disse Bensouda em uma de suas últimas atividades antes de deixar o cargo esta semana.

Roque rejeitou a versão e afirmou que é "um insulto a todos os filipinos" dizer que o sistema judicial do país não funciona.

"Nos comparariam com locais como Darfur, lugares onde não há um governo funcional. Não está certo", declarou.

O porta-voz disse que "foram observadas medidas apropriadas de força e violência" em casos de mortes.

A repressão às drogas é uma das principais iniciativas políticas de Duterte, que defende a medida com força, especialmente diante das críticas ocidentais.

Mais de 6.000 pessoas morreram em mais de 200.000 operações antidrogas desde julho de 2016, de acordo com números oficiais.

Organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que o número de vítimas pode ser muito maior.

bur-amj/qan/mas/me/fp

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