Começa a reunião de Análise de Mercado do Copom
Em meio aos efeitos da segunda onda da pandemia do novo coronavírus sobre a economia brasileira, a expectativa do mercado financeiro é de que a Selic aumentará mais 0,75 ponto porcentual, para 4,25% ao ano. Se confirmada, esta será a terceira elevação consecutiva da taxa básica.
De um total de 54 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 53 esperam pela elevação da Selic em 0,75 ponto, para 4,25% ao ano. Apenas uma casa - a Sicredi Asset - aguarda aumento de 1,00 ponto porcentual, com a Selic chegando a 4,50%. Para o fim de 2021, as instituições projetam desde uma Selic em 5,00% até um aumento dos juros a 7,00% ao ano. A mediana é de 6,25%.
Desde a última reunião do comitê, em 4 e 5 de maio, existe a expectativa de que o BC elevará novamente a Selic para conter a inflação. Nas comunicações do último encontro, a autarquia afirmou que "antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude" - em outras palavras, novo aumento de 0,75 ponto porcentual.
Analistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) afirmam, no entanto, que o BC tende a retirar do comunicado da decisão desta semana a expressão "normalização parcial", diante do risco de disseminação da inflação para além de 2021. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IPCA) elevaram as preocupações, após o IPCA - o índice oficial de preços - ter fechado maio em 0,83%.
No Relatório de Mercado Focus, que compila os cálculos do mercado financeiro, a projeção mediana para a inflação em 2021 está em 5,82%. Para 2022, a expectativa está em 3,78%. A projeção dos economistas para a inflação está acima do centro da meta de 2021, de 3,75%, e também acima do teto estabelecido pela margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).
Participam do encontro do Copom desta semana o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e sete diretores da instituição - e não oito, como de costume. Isso porque o cargo de diretor de Assuntos Internacionais segue vago, após a saída da economista Fernanda Nechio. A nova indicada para a função, a economista Fernanda Guardado, ainda não foi aprovada pelo Senado.
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