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Presidente da Ucrânia lamenta não se reunir com Biden antes de Putin

14/06/2021 12h52

Kiev, 14 Jun 2021 (AFP) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lamentou nesta segunda-feira (14) que seu homólogo e aliado, o americano Joe Biden, não tenha se reunido com ele antes da cúpula com o russo Vladimir Putin, nesta quarta (16), em Genebra.

"Teria sido melhor que a reunião (com Biden) tivesse sido realizada antes da cúpula dos dois presidentes", disse Zelensky, em uma entrevista a agências de notícias internacionais, incluindo a AFP.

Zelensky, de terno escuro e gravata preta, disse não esperar que a cúpula leve a uma solução para a guerra entre Kiev e os separatistas pró-russos no leste do país, que, segundo a Ucrânia e seus aliados ocidentais, Moscou apoia com tropas e armamento.

O conflito foi desencadeado após a anexação da península da Crimeia por Moscou em 2014. Desde então, Ucrânia e Moscou têm mantido relações muito tensas.

"É impossível decidir no lugar da Ucrânia e é por isso que não teremos resultados concretos" durante a reunião Biden-Putin, disse o líder ucraniano.

Este mês, Biden reafirmou que Washington apoia a integridade territorial da Ucrânia e convidou Zelensky à Casa Branca em julho.

Além disso, o Pentágono anunciou na sexta-feira um novo pacote de US $ 150 milhões em assistência militar para a Ucrânia.

Zelensky também acusou o Kremlin de atrasar um encontro seu com o presidente russo.

"Quando as pessoas querem acabar com uma guerra, normalizar relações, dizem [...]: 'venha, vamos nos reunir'. Mas quando não querem, mas não podem falar abertamente, começam a mencionar questões relacionadas ao calendário", disse ele.

No final de abril, o presidente ucraniano propôs a Vladimir Putin um encontro na zona de conflito na Ucrânia.

Putin respondeu que estava disposto a receber Zelensky em Moscou "a qualquer momento" se quisesse falar sobre relações bilaterais, mas que se quisesse discutir o conflito, o líder ucraniano deveria falar com os separatistas.

"Acredito que meu encontro com o presidente russo é inevitável", declarou Zelensky, dizendo que espera que uma data seja marcada "em breve".

Depois de uma relativa calma, o conflito registrou uma escalada no início de 2021 e, em abril, a Rússia concentrou 100.000 soldados perto da fronteira com a Ucrânia. A mobilização deu lugar a advertências por parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

"O risco de uma escalada persiste", insistiu. "Toda provocação pode provocar um conflito".

Neste contexto, o presidente ucraniano também voltou a defender que seu país demonstra, todos os dias, que está preparado para aderir à Otan.

"Estamos lutando em uma guerra. Isso é uma prova de que estamos preparados para nos incorporamos [à Otan]. Estamos demonstrando, a cada dia, que estamos mais preparados para estar na aliança do que a maioria dos países da União Europeia", declarou.

A Ucrânia se candidatou para aderir à aliança em 2008 e pressiona os países ocidentais para que lhe deem mais apoio. Os membros da Otan parecem relutantes, porém, em incluir a Ucrânia na organização, preocupados com não alimentar tensões com a Rússia.

Kiev combate os separatistas pró-russos nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, desde 2014, após a anexação da península da Crimeia por parte de Moscou. Até o momento, o conflito acumula mais de 13.000 mortos.

A Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam a Rússia de enviar tropas e armas em apoio

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