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Espanha: polícia busca corpo de menina que pai teria matado para se vingar da mãe

14/06/2021 15h07

As autoridades espanholas retomaram, nesta segunda-feira (14) nas ilhas Canárias, as buscas pelo corpo de Anna, de apenas um ano, e de seu pai, Tomás Gimeno, principal suspeito de sua morte. 

A polícia já havia encontrado o cádaver de sua irmã, Olivia, de seis anos, no dia 10 de junho, na mesma região, na cidade de Santa Cruz de Tenerife. O corpo da menina estava dentro de um sacola presa por uma âncora a mais de mil metros de profundidade. As investigações indicam que ela também foi assassinada por Gimeno, que queria causar uma "dor atroz" na mãe das crianças. 

O caso provocou uma comoção nacional. Centenas de pessoas fizeram um minuto de silêncio nesta segunda-feira em frente às prefeituras de várias cidades espanholas, em homenagem às crianças. "Toda a Espanha está em estado de choque", disse na sexta-feira (11) o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez.

As duas meninas desapareceram no dia 27 de abril, depois de serem levadas pelo pai. De acordo com a juíza encarregada do caso, a hipótese mais provável é que Tomas Gimeno tenha matado suas filhas em casa antes de jogar seus corpos no mar, em uma área profunda. "Ele queria inflingir à sua ex-companheira a maior dor que ela possa imaginar, uma dor atroz", disse a juíza. 

De acordo com ela, a mãe das duas meninas, Beatriz Zimmermann, rompeu há um ano com Tomas Gimeno, que não aceitou a separação, principalmente depois que ela encontrou um novo companheiro. Os dois estavam juntos desde a adolescência. Segundo um documento da Justiça que se tornou público, sua intenção não era raptar as meninas, mas matá-las seguindo "um esquema premeditado."

De acordo com a autópsia, a pequena Olivia sofreu uma "morte violenta", que provocou um edema agudo no pulmão. Anna, apesar do seu corpo ainda não ter sido encontrado, provavelmente morreu da mesma maneira que a irmã, acredita a Justiça.

Mãe publica carta

A mãe das duas meninas publicou uma carta na imprensa espanhola. No texto, ela diz que a morte de suas filhas "é o ato mais monstruoso que uma pessoa pode cometer: matar seus próprios filhos inocentes."

Ela diz esperar que a morte das meninas não tenha sido em vão. "Graças a elas, sabemos o que quer dizer a violência contra uma criança para atingir uma mulher", escreve, pedindo leis mais rígidas para proteger os menores. O inquérito foi transferido para um tribunal de Tenerife especializado em violência contra a mulher.

Na Espanha, 39 menores foram assassinadas por seus pais ou companheiros desde 2013, segundo dados do governo. Desde 2003, ano em que a Espanha começou a contar os feminicídios, 1.096 mulheres foram mortas pelo marido, sendo 18 desde o início deste ano.

Com informações da AFP

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