Topo
Notícias

Esse conteúdo é antigo

Distúrbios após manifestação contra violência policial na Tunísia

12/06/2021 21h22

Tunes, 13 Jun 2021 (AFP) - Jovens enfrentaram a polícia neste sábado (12), horas depois de uma manifestação em Túnis, capital da Túnisia, contra o governo e a violência policial, em reação à suspeita morte de Ahmed ben Amar, que havia acabado de ser preso.

Dezenas de manifestantes dispararam projéteis e fogos de artifício contra a polícia, que usou gás lacrimogêneo perto da delegacia do bairro de Sidi Hasin, verificou a AFP. Os distúrbios já duram várias noites desde a morte do jovem.

No final da tarde, dezenas de ativistas de esquerda e moradores de bairros operários protestaram em frente ao Ministério do Interior com faixas com dizeres como "Quem nos protege da polícia?" e "Salve uma vida, julgue um policial".

Entre elas estavam as mães de três jovens que morreram nos últimos três anos após serem detidos para exigir "justiça" para seus filhos.

Os manifestantes jogaram cadeiras contra a polícia na avenida Bourguiba, no centro da cidade, no início da manifestação. Várias pessoas foram presas.

"Nossos jovens arriscam suas vidas em barcos para a Europa, porque a escola não vale nada, a saúde idem, e a polícia faz qualquer coisa. Tememos por seu futuro", declarou uma professora que participava do ato.

A família do jovem falecido acusa a polícia de ter lhe espancado até a morte. Uma investigação foi aberta, mas o Ministério do Interior negou na quinta-feira que ele tenha morrido em decorrência de maus-tratos.

Um vídeo que viralizou mostra um menor de idade preso na quarta-feira completamente nu. Alguns homens que parecem policiais à paisana batem nele no chão e o escoltam até uma viatura policial. As imagens causaram polêmica no país.

Uma segunda investigação foi aberta sobre "abusos ligados a esta intervenção", indicou o ministério.

Na Tunísia, mais de 10 anos após o fim do regime policial de Zine el Abidine Ben Ali, as forças de segurança perderam o poder, mas na prática não passaram por reformas profundas e seus abusos raramente levam a processos judiciais.

O primeiro-ministro Hichem Mechichi, apoiado pelo movimento islâmico Ennahdha, é o atual ministro do Interior em exercício.

bur-cnp/hj/ob/erl/gma/ic

Notícias