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Reunidos em Paris, líderes internacionais pedem fim de patentes de vacinas anticovid para África

18/05/2021 18h01

Representantes de países africanos, europeus e outros, além de organizações internacionais, participantes da cúpula sobre economias africanas nesta terça-feira(18) pediram a suspensão das patentes de vacinas anticovid. Segundo o presidente francês Emmanuel Macronn o objetivo é permitir a produção dos imunizantes na África. No entanto, as nações mais ricas não anunciaram nenhum tipo de ajuda financeira concreta.

Para tentar salvar o continente da ameaça de asfixia financeira após a pandemia de Covid-19, cerca de trinta líderes africanos e europeus se reuniram em Paris com as principais organizações econômicas internacionais.

"Apoiamos a transferência de tecnologia e o trabalho solicitado pela OMS, OMC e Medicines Patent Pool para remover todas as restrições em termos de propriedade intelectual que bloqueiam a produção" de vacinas, anunciou Macron após a cúpula de Paris. Citando a lentidão da vacinação como um dos principais problemas do continente, o chefe de Estado francês propôs como meta a imunização de 40% da população africana até o final de 2021.

A África é um continente relativamente pouco afetado pelo coronavírus, com 130 mil mortes causadas pela Covid-19, de um total mundial de quase 3,4 milhões de óbitos. Mas a crise de saúde o castigou financeiramente.

Macron disse que os participantes tinham decidido "uma iniciativa muito forte para produzir as vacinas em massa na África", com a contribuição, entre outros, de "financiamentos do Banco Mundial". No entanto, nenhum montante foi anunciado.

Desbloquear ativos monetários do FMI

Os participantes se contentaram e prometer novas discussões sobre o tema. Os líderes mundiais reunidos em Paris apontaram como solução possível o uso dos Direitos Especiais de Saque (DES) do Fundo Monetário Internacional (FMI). Esses ativos monetários podem ser convertidos de divisas e gastos pelas nações beneficiárias, sem que isso gere uma nova dívida.

A comunidade internacional já validou o princípio da emissão global de US$ 650 bilhões em DES, dos quais US$ 33 bilhões iriam automaticamente para o continente africano. Mas vários dos líderes reunidos em Paris, entre eles o próprio presidente francês, alertaram que o valor é insuficiente e pediram que os países ricos cedam aos africanos parte de seus DES.

A questão da dívida africana, que explodiu com pandemia, também foi discutida durante o encontro. Mesmo se uma moratória já foi concedida, seria necessário perdoar parte da dívida do continente. Mas isso só pode ser feito de forma coordenada, sob a égide do G20. E nenhuma decisão concreta foi anunciada sobre o tema.

Segundo o FMI, faltam cerca de US$ 300 bilhões em investimentos para que o continente africano diminua a pobreza, desenvolva suas infraestruturas, enfrente as mudanças climáticas e a ameaça terrorista.

(Com informações da AFP)

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