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Colômbia investiga susposta morte de Santrich, ex-negociador rebelde da paz, na Venezuela

18/05/2021 15h45

Bogotá, 18 Mai 2021 (AFP) - O governo colombiano garantiu nesta terça-feira (18) que recebeu informações da inteligência, ainda em fase de "verificação", sobre a suposta morte na Venezuela do ex-rebelde negociador de paz Jesús Santrich, exigido pelos Estados Unidos por tráfico de drogas e que voltou a se armar em 2019.

O ministro da Defesa, Diego Molano, disse no Twitter que, por meio de "informações de inteligência", soube que Santrich havia morrido em "confrontos ocorridos ontem na Venezuela" junto com "outros criminosos".

"Informação em apuração. Se este fato for confirmado, constata-se que os criminosos de (tráfico de) droga se refugiam na Venezuela", escreveu.

Segundo a revista Semana, "fontes importantes da Venezuela" - que ela não identificou - confirmaram a morte do líder da extinta guerrilha das FARC em um confronto "entre gangues ilegais".

Santrich ou Seuxis Hernández Solarte, 54, assumiu a luta armada da qual havia desistido em 2016 há dois anos, como parte do acordo de paz que pôs fim aquela que era a organização rebelde mais poderosa da América.

Junto com Iván Márquez, ex-chefe da equipe de negociação das FARC, ele organizou a dissidência da "Segunda Marquetália", alegando violações do acordo.

O grupo, que reúne outros comandantes que também se marginalizaram do acordo, atua principalmente na Venezuela, com a ajuda de forças chavistas, segundo a inteligência militar colombiana.

Antes de voltar a se armar, Santrich estava na mira dos Estados Unidos por sua suposta relação com o narcotráfico após a assinatura da paz. Em abril de 2018 foi capturado para fins de extradição, mas em maio de 2019 foi libertado por um despacho do Supremo Tribunal Federal, que assumiu o seu processo.

Em junho de 2019, serviu por semanas como deputado ao abrigo do acordo de paz, mas depois desapareceu e voltou a ser conhecido quando, vestido de militar, anunciou o seu regresso à clandestinidade.

Washington oferece uma recompensa de até 10 milhões de dólares por Marquez e Santrich.

Conhecido por suas atitudes desafiadoras e mordazes, em sua época como negociador de paz, Santrich sempre alegou inocência e culpou as acusações de tráfico de drogas de "montagens" contra a paz.

O líder dissidente, que usa óculos escuros devido a seus problemas visuais graves, cresceu em uma casa de professores. Ele estudou Direito, formou-se como professor de Ciências Sociais e foi membro da juventude comunista antes de pegar em armas aos 21 anos. Artista amador, Santrich escreve, declama poesias e pinta.

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