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Alto nível de substância do Viagra na água vira questão ambiental na Coreia

Estudo detectou alta concentração de uma substância do Viagra em águas residuais de Seul - iStock
Estudo detectou alta concentração de uma substância do Viagra em águas residuais de Seul Imagem: iStock
do UOL

Do UOL, em São Paulo*

18/05/2021 15h49

As autoridades de Seul encontraram altas concentrações de uma substância química contida no Viagra e em outros medicamentos para disfunção erétil nas águas residuais de um bairro de Seul conhecido por sua vida noturna - observaram os autores do estudo.

A análise mostrou a elevada presença desta substância - o inibidor da enzima fosfodiesterase tipo 5, conhecido como PDE-5i - nos finais de semana nas estações de tratamento de esgoto de Gangnam, um bairro com muitos bares e discotecas.

"Estimamos que o consumo de PDE-5i foi 31% maior nesta área do que nas áreas com menos estabelecimentos noturnos de lazer", afirmam os pesquisadores em um artigo publicado na Scientific Reports em maio.

Estas investigações mostraram que as estações de tratamento de água "não eram capazes de tratar" esta quantidade de resíduos químicos.

"O PDE-5i presente nas águas residuais é tratado apenas pelas plantas e, em uma instância, acaba sendo liberado no meio ambiente", observam os pesquisadores.

"Dado o crescimento do mercado, espera-se que mais PDE-5i acabe no meio ambiente em zonas urbanas", acrescentam.

O estudo indica que PDE-5i apresentaria impactos adversos na vida aquática após o lançamento no meio ambiente, sendo assim um iminente problema ambiental.

Inclusive, outros estudos já relataram, por exemplo, que o Sildenafil (Viagra), análogo ao PDE-5i, pode causar reação tóxica (chamada de fitotoxidade) na germinação e crescimento de plantas terrestres, podendo ainda afetar a fertilidade de organismos aquáticos como algumas espécies de estrelas-do-mar em "níveis ambientalmente relevantes".

O novo estudo reforçou que esses relatórios já publicados levantaram "preocupações sobre o efeito desses compostos no ecossistema aquático", especialmente devido a não exatidão do consumo de medicamentos para disfunção erétil sem prescrição.

Outros estudos estimam que quase 25% dos sul-coreanos com idades entre 30 e 39 anos têm disfunção erétil.

Em 2019, as 20 maiores empresas farmacêuticas da Coreia do Sul tiveram uma receita de US$ 133 milhões relativa à venda de medicamentos com PDE-5i.

*Com informações da AFP

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