Independentes e oposição vão controlar Constituinte no Chile
Com cerca de 90% dos votos computados até a manhã desta segunda-feira (17), divulgados pelo Serviço Eleitoral (Servel), dois terços dos 155 eleitos estão fora da base governista. A lista Vamos por Chile, de centro-direita e que apoia Sebastián Piñera, tem 37 assentos, muito aquém dos 52 necessários para ter a maioria. Além disso, há 17 membros de povos indígenas eleitos.
Piñera admitiu a derrota em uma declaração à população, em que pontuou que o governo "não conseguiu se adequar e sintonizar com os desejos dos cidadãos" e que os chilenos "deram uma mensagem clara e forte para o governo e para a política tradicional".
"Nós perdemos a disputa com as novas expressões políticas e novas lideranças. É nosso dever escutar com humildade e atenção a mensagem do povo e nos esforçar para interpretar e responder melhor às necessidade e às esperanças dos chilenos. Essa mensagem forte e clara pede uma profunda reflexão por parte do governo, e também de todas as forças políticas tradicionais", acrescentou.
A taxa de comparecimento às urnas foi baixa, de 37% entre quase 15 milhões de eleitores aptos. Além disso, essa será a primeira Assembleia paritária da história do país, com forças divididas igualmente entre homens e mulheres.
A Constituinte foi convocada após uma votação histórica em novembro de 2019, quando os chilenos aprovaram em plebiscito a mudança na Constituição do país. A Carta Magna vigente foi elaborada ainda na ditadura de Augusto Pinochet, que ficou no poder entre 1973 a 1990. (ANSA).
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