Erdogan acusa Biden de ter 'sangue nas mãos' por apoiar Israel
"Não vamos recuar" em apoio aos palestinos, prometeu o líder de Ancara em discurso ao vivo na TV.
Erdogan ressaltou que a ajuda militar americana está permitindo os ataques de Israel contra os palestinos, que não têm recursos para se defender.
"Vimos a assinatura de Biden em uma venda séria de armas a Israel", afirmou Erdogan, fazendo referência a relatos de uma recente venda de armamento militar pelos EUA a seu aliado no Oriente Médio.
O governo Biden tem alegado que quer diminuir a violência entre Israel e militantes palestinos na Faixa de Gaza, mas a Casa Branca tem resistido aos apelos para exigir um cessar-fogo em um conflito que já custou pelo menos 200 vidas e deixou centenas feridos.
As relações entre Turquia e os Estados Unidos - ambos membros da Otan - têm sido prejudicadas por disputas diplomáticas, incluindo a mais recente sobre a decisão de Biden de reconhecer o massacre dos armênios pelo Império Otomano como um genocídio.
Para o presidente turco, o democrata se aliou aos armênios no chamado genocídio. "Agora você está, infelizmente, escrevendo a história com sangue nas mãos neste incidente que levou a um ataque seriamente desproporcional em Gaza", acusou.
Desde a semana passada, Israel tem respondido aos ataques de foguetes palestinos com ataques aéreos devastadores e começou a convocar milhares de reservistas, enquanto a região enfrenta uma das piores escalada de tensão em duas décadas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, inclusive, afirmou hoje que continuará a atingir alvos terroristas palestinos com dureza e fará o que for necessário para restaurar a calma e a segurança.
Nos últimos dias, Biden defendeu a resposta do governo israelense aos ataques de foguetes, dizendo que não viu uma "reação exagerada significativa".
"Os territórios palestinos são afetados por perseguição, sofrimento e sangue, como muitos outros territórios que perderam a paz com o fim do Império Otomano. E você está apoiando tudo isso", afirmou Erdogan, acusando os israelenses de serem "assassinos a ponto de matar crianças de cinco e seis anos".
(ANSA).
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