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Tribunal francês dá razão à Universidade de Oklahoma por Pissarro roubado pelos nazistas

10/05/2021 17h13

Paris, 10 Mai 2021 (AFP) - A justiça francesa rejeitou nesta segunda-feira (10) a exigência dos herdeiros de um quadro de Camille Pissarro, roubado pelos nazistas de seus proprietários judeus durante a ocupação na França e deu razão ao museu da Universidade Americana de Oklahoma que o mantém legalmente desde 2000.

"A pastora trazendo as ovelhas", pintada em 1886 pelo impressionista francês, é o tema de uma intensa batalha judicial entre Léone Meyer, atualmente com 81 anos, uma órfã que foi salva do Holocausto ao ser adotada no final da Segunda Guerra Mundial pelo proprietários da pintura e o Museu da Universidade de Oklahoma, que a recebeu como legado em 2000.

O juiz indeferiu o pedido de apreensão do quadro, provisoriamente instalado no Museu de Orsay de Paris, mas estabelece que ele deve retornar aos Estados Unidos em 21 de julho. Ele também rejeitou a petição de Meyer, que pedia o fim do processo que a Universidade de Oklahoma instaurou contra ela.

A pedido da Universidade de Oklahoma, um juiz dos EUA exigiu, no final de fevereiro, que Meyer desistisse de seu processo na França sob pena de uma multa pesada de 3,65 milhões de dólares.

"A Sra. Meyer está muito surpresa com a decisão do tribunal", disse seu advogado, Ron Soffar, à AFP. O objetivo de sua cliente "era promover o princípio de restituição por obras roubadas pelos nazistas", disse ele.

Mas o tribunal se concentrou apenas no contrato assinado em 2016 entre Meyer e a universidade americana.

Esse documento, agora questionado por Meyer, reconhece a propriedade da pintura à herdeira, mas prevê que ela ficará exposta por cinco anos em um museu francês, antes de viajar a cada três anos entre Paris e Oklahoma.

Outra cláusula obriga Léone Meyer a legar o quadro, em vida, a um estabelecimento que se comprometa a respeitar essas idas e vindas perpétuas, sob pena de ser entregue aos Estados Unidos por ocasião da morte da herdeira.

O Museu de Orsay recusou a doação, preocupado com o custo da viagem de ida e volta e os danos que isso causaria à pintura.

A decisão sobre o mérito do caso é esperada em 2 de junho.

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