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Delegado: ação em Jacarezinho não foi bem sucedida, mas polícia agiu certo

7.mai.2021 - Beco na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio, onde operação policial deixou 25 mortos, amanheceu com projéteis de bala no chão - Herculano Barreto Filho/UOL
7.mai.2021 - Beco na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio, onde operação policial deixou 25 mortos, amanheceu com projéteis de bala no chão Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL
do UOL

Do UOL, em São Paulo

09/05/2021 19h20

O delegado Rodrigo Oliveira, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, disse hoje que a operação policial na favela de Jacarezinho, que terminou com 29 mortes, não foi bem sucedida. Ele, porém, defendeu que a ação "foi feita da forma que tinha que ser feita" e afirmou que apenas o policial civil foi executado.

"A gente não pode considerar bem sucedida uma operação que termina com tantas vítimas", disse em entrevista à CNN Brasil. Mas ponderou: "ela foi feita da forma que tinha que ser feita".

Ele também afirmou que "o único executado nessa operação foi o policial civil". "Os demais que vieram a falecer foram em confronto", completou. Oliveira repetiu diversas vezes ao longo da entrevista que os 28 moradores do Jacarezinho que morreram na ação da última quinta-feira tinham envolvimento com o tráfico de drogas.

"Todos eles sem absoluta exceção, nós temos a convicção e as provas cabais de que são envolvidos com o tráfico de drogas". Ele, porém, não mostrou as evidências que afirma ter.

Os registros de ocorrências aos quais a imprensa teve acesso ontem mostram que ao menos uma das vítimas não estava armada. Além disso, um terço dos mortos não têm processos criminais no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).

O governador do Rio, Cláudio Castro (PSC), o presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão já haviam afirmado ou insinuado que as vítimas da chacina eram "bandidos". Nenhum deles, porém, apresentou provas. Até ontem, os nomes dos mortos sequer haviam sido divulgados.

Rodrigo Oliveira mencionou ainda as pessoas que ficaram feridas por conta de tiros que atingiram um vagão do metrô. Ele afirmou, mais uma vez sem apresentar provas, que "é óbvio" que esses tiros foram dados pelos traficantes.

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