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Senado tenta conciliar conflito entre Anvisa e governadores sobre Sputnik V

Anvisa afirmou que "está sempre aberta ao diálogo", enquanto governador do PI disse que decisão travou plano de estados - Reprodução/Divulgação
Anvisa afirmou que "está sempre aberta ao diálogo", enquanto governador do PI disse que decisão travou plano de estados Imagem: Reprodução/Divulgação
do UOL

Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

07/05/2021 11h37Atualizada em 07/05/2021 11h54

Em uma reunião promovida pela Comissão Temporária da Covid-19 para debater a aquisição de vacinas pelo Brasil, o caso da Sputnik V tomou conta das discussões do colegiado. Enquanto os governadores criticaram a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de não aprovar o uso emergencial do imunizante russo, diretores da agência ressaltaram a falta de documentação sobre a segurança da vacina.

No início da sessão, o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, optou por passar o direito de fala à diretora da agência Meiruze Freitas, já que parte do que discursaria poderia conflitar com o depoimento que dará à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, previsto para acontecer na próxima terça-feira (11).

Na comissão de inquérito, a fala do militar estava programada para ocorrer hoje, mas os senadores do colegiado optaram por adiar o depoimento para a próxima semana.

A diretora, porém, tentou minimizar o conflito entre a Anvisa e, em especial, os governadores, que já adquiriram mais de 66 milhões de doses do imunizante russo. No dia 26 de abril, a agência negou a autorização para a importação e o uso emergencial da Sputnik V.

"A Anvisa está sempre aberta ao diálogo. Ainda há processos em discussão, inclusive com os importadores", disse.

Ao falar, porém, o governador do Piauí e representante do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT), afirmou que o "plano estratégico" de vacinação, criado pelos estados em outubro de 2020, não pôde ser aplicado em razão da não aprovação do imunizante pela agência.

"O fato é que nós trabalhávamos com um plano estratégico que 'furou'. E quando o plano 'fura', ele tem efeitos que, no caso do Brasil, se torna uma tragédia", declarou.

Em seguida, representantes União Química, responsável pelo imunizante russo no país e por enviar os dados de eficácia e segurança da vacina à Anvisa, informaram que irão novamente pedir o uso emergencial de mais 10 milhões de doses da Sputnik V.

"Já que não conseguimos a aprovação das primeiras 10 milhões de doses para o primeiro trimestre, iremos dar entrada em um novo pedido de uso emergencial", explicou um dos diretores.

Com os novos documentos a serem entregues, a Anvisa, voltará a apreciar o uso emergencial do imunizante, mas ainda sem previsão.

Encontro com a China

A assessoria do governador Wellington Dias informou que o petista encaminhará um pedido de audiência remota ao embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para "afirmar o nosso respeito ao povo da China e a nossa gratidão pelo fornecimento de vacinas ao Brasil".

"Ainda vamos procurar discutir a importância em se manter o cronograma de entrega do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) para a produção de doses de vacinas pelo Instituto Butantan.

O pedido de conversa com o representante do país asiático acontece após as declarações e insinuações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que a China teria criado o novo coronavírus em laboratório para promover uma suposta "guerra química".

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