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Polícia francesa desmantela grupo neonazista suspeito de planejar atentado

07/05/2021 14h17

Seis membros de um grupo neonazista foram detidos pela polícia no oeste da França. As autoridades suspeitam que eles planejavam um atentado terrorista contra uma loja maçônica. Foram encontradas armas e mensagens antissemitas.

O grupo extremista de ultradireita "Honneur et nation" (Honra e nação) era investigado desde fevereiro pelo departamento nacional antiterrorista. Na última terça-feira (4), a polícia deteve quatro homens e duas mulheres nas regiões de Doubs e do Baixo Reno, oeste da França. Eles são suspeitos de organizarem uma ação violenta contra judeus e maçons no que seria chamado de "projeto Alsácia".

A polícia apreendeu com eles armamento, facas e munição, além de uma soma em dinheiro, segundo informações divulgadas nesta sexta (7) pela rede de televisão BFMTV. A polícia também encontrou mensagens neonazistas entre os pertences dos membros durante a busca.

Três dos suspeitos, dois homens de 29 e 56 anos e uma mulher de 53 anos, são acusados de "associação para atos terroristas" e aguardam a decisão de um juiz para saber se responderão a um processo criminal. Os três estariam preparando um atentado violento contra, possivelmente, uma loja maçônica, confiou uma fonte judiciária à reportagem do canal de televisão BFMTV.

As outras três pessoas detidas na terça, dois homens e uma mulher, foram liberados após interrogatório.

Relação com movimento conspiracionista

Os membros do grupo Honneur et Nation teriam realizado diversas pesquisas para compra de explosivos recentemente e estariam buscando um alvo.

A teoria do complô que defende a existência de uma aliança entre judeus e maçons, e por vezes comunistas, para enfraquecer a França e o catolicismo, é uma velha conhecida no país. Essa teoria repercutiu de maneira importante em grupos de extrema direita franceses no século 18, 19 e no início do século 20.

Alguns dos membros do grupo desmantelado esta semana teriam feito contato recente com uma eminente figura do movimento conspiracionista francês, Rémy Daillet, que hoje mora na Malásia.

Daillet é suspeito de ter ajudado a organizar em abril o sequestro de uma garota de 8 anos na França, com ajuda de ao menos cinco pessoas, algumas delas participantes de grupos que se autointitulam antissistema. A menina Mia foi encontrada na Suíça, cinco dias após seu sequestro.

Avanço de grupos de ultradireita causam preocupação

O departamento antiterrorista investiga diversos grupos de ultradireita no país. Desde 2017, ao menos cinco tentativas de atentados ligadas a esses grupos foram evitadas pela polícia.

Entre eles, ações violentas que tinham como alvo muçulmanos, um ministro, Christophe Castaner, o líder da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon e até mesmo o presidente Emmanuel Macron.

Em janeiro, o coordenador nacional da inteligência, Laurent Nuñez, expressou a preocupação das autoridades francesas em relação ao "aumento do poder dos supremacistas e do supremacismo".

O site de jornalismo investigativo Mediapart denunciou em março a existência de grupos de tendência neonazista no Exército francês. De acordo com a reportagem, teriam sido identificados, ao menos, cinquenta militares ligados à ultradireita.

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