Maduro diz que composição de conselho eleitoral se deve a acordo com oposição
"Foi um acordo político, como deveria ser, dialogado e negociado com todos os setores da oposição, o que rendeu uma CNE muito forte do ponto de vista de sua institucionalidade, com membros de grande prestígio profissional, de grande diversidade", afirmou Maduro em um ato de governo.
Entretanto, o líder opositor Juan Guaidó alegou que o árbitro eleitoral foi imposto de forma "unilateral" e que isso responde a uma "estratégia" de Maduro para continuar no poder, uma posição que não é compartilhada por outras lideranças antichavistas, como o duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles.
A nova CNE foi escolhida na terça-feira pelo Parlamento - de maioria pró-governo - e é composta por três membros chavistas e dois da oposição.
O presidente do órgão é o ex-ministro da Cultura no governo de Hugo Chávez e da Educação Universitária com Maduro, Pedro Calzadilla, e o vice-presidente é o opositor Enrique Márquez.
A Junta Nacional Eleitoral continuará a ser presidida pela governista Tania D'Amelio, sancionada pelos EUA e única a permanecer no cargo. Já o líder da Comissão de Registro Civil e Eleitoral será o também chavista Alexis Corredor.
O outro membro do órgão é o opositor Roberto Picón, que foi conselheiro da extinta plataforma de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD), que reuniu todos os partidos que se opunham a Maduro para as eleições legislativas de 2015, nas quais ela obteve uma retumbante vitória.
Para Maduro, a nomeação dos membros do CNE é um grande passo para o fortalecimento das instituições do país. Ele também rejeitou que outros países, principalmente os EUA, critiquem a nomeação dos integrantes.
"A Venezuela é um país que tem uma vida democrática impecável, apesar da campanha que eles mesmos financiam", disse.
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