Covid-19: pesquisa em Israel confirma importância da dose de reforço da vacina
A vacina da Pfizer/BioNTech é mais de 95% eficaz contra a Covid-19, mas esse nível cai quando apenas uma dose é aplicada. Esse é um dos resultados de um estudo realizado em Israel, o maior até agora realizado com base em um situação real.
A pesquisa foi publicada na revista médica The Lancet e confirma "os benefícios para a saúde pública de um programa nacional de vacinação".
Os autores do estudo - cientistas da Pfizer e do governo israelense - ressaltam que, em Israel, a vacinação "tem sido o principal fator para a queda nas infecções por Covid-19". Eles recomendam cautela ao associar essas conclusões a outros países, já que a dinâmica dos programas de imunização e a evolução da pandemia são variáveis, alertam.
O estudo é a versão publicada e revisada por outros pesquisadores independentes dos primeiros resultados revelados em março pela Pfizer e pelo Ministério da Saúde de Israel.
Ele é baseado em dados coletados entre 24 de janeiro e 3 de abril. Na época, 72% dos maiores de 16 anos, o equivalente a quase 5 milhões de pessoas, e 90% dos maiores de 65 anos em Israel já haviam recebido ambas as doses da vacina Pfizer/BioNTech.
A análise também traz dados sobre a eficácia da vacina contra a variante britânica (a B.1.1.7), predominante no país. Ela mostra que a vacina é "altamente eficaz" em maiores de 16 anos, sete dias após a segunda dose, protegendo 95,3% contra a infecção, 97,2% contra hospitalização e 96,7% contra morte.
Os níveis de proteção são similares para idosos acima dos 85 anos, mas caem quando as pessoas recebem apenas uma das duas doses: 57,7% contra a infecção, 75,7% contra hospitalização e 77% contra morte, em maiores de 16 anos.
Dose única protege por menos tempo
O estudo "mostra a importância de uma vacinação completa em adultos", com duas doses, apontam os autores. Além disso, segundo eles, uma única dose também poderia proteger por menos tempo, principalmente com o surgimento de variantes mais resistentes à vacina.
Durante o período de análise, houve 232.268 casos de Covid-19 confirmados em Israel (com 4.481 infecções graves e 1.113 mortes), e quase 95% das amostras analisadas eram da variante britânica, de modo que a eficácia da vacina contra a variante sul-africana não foi estudada.
(Com informações da AFP)
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