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Blinken reafirma apoio dos EUA 'à soberania e integridade territorial' da Ucrânia

06/05/2021 08h42

Kiev, 6 Mai 2021 (AFP) - O secretário de Estado americano, Antony Blinken, reafirmou nesta quinta-feira (6) o apoio de Washington à Ucrânia, envolvida há sete anos em uma guerra contra separatistas pró-russos e em meio a tensões crescentes com a Rússia.

Blinken, o primeiro alto funcionário americano a visitar a Ucrânia desde que Joe Biden assumiu a Presidência, também pediu a Kiev que realize reformas anticorrupção, um tema quente dentro do país e em suas relações com o Ocidente.

"Estou aqui por uma razão simples: reafirmar firmemente, em nome do presidente Biden (...), nosso compromisso em favor da soberania da Ucrânia, sua integridade territorial e sua independência", afirmou Blinken no início de um encontro com o seu colega ucraniano Dmytro Kuleba.

Depois, após uma reunião com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o chefe da diplomacia dos EUA pediu à Rússia que pare suas ações "perigosas e agressivas" contra sua vizinha e assegurou que Moscou mantém "forças significativas" perto de sua fronteira com a ex-república soviética, apesar de uma recente retirada de tropas.

"Permanecemos firmes com vocês (...) e conclamamos a Rússia a cessar suas ações perigosas e agressivas", disse Blinken a Zelensky. Além disso, ele prometeu fortalecer a aliança de segurança de Washington com Kiev para garantir que "a Ucrânia possa se defender contra agressões".

Zelensky alertou, por sua vez, que seu país ainda enfrenta uma ameaça militar russa devido à presença contínua de tropas na fronteira.

"Consideramos que a redução (do número de soldados russos) é muito lenta e, portanto, a ameaça ainda existe", declarou em entrevista coletiva.

- Aliado número um -Blinken insistiu na disposição dos EUA de ajudar a Ucrânia a "fortalecer sua própria democracia, construir suas instituições e avançar em suas reformas anticorrupção".

Em resposta, Dmytro Kuleba agradeceu a ajuda recebida de Washington desde 2014, quando a revolução tirou um presidente pró-russo do poder e deu início à guerra no leste da Ucrânia, contra grupos separatistas patrocinados pelo Kremlin.

"Os Estados Unidos são o aliado número um da Ucrânia em segurança e defesa", ressaltou Kuleba.

A Rússia enviou dezenas de milhares de soldados para a fronteira com a Ucrânia durante semanas, oficialmente para realizar "exercícios militares", o que gerou temores no Ocidente de uma possível invasão.

Este importante deslocamento militar foi acompanhado por um aumento da violência no conflito com os rebeldes no leste da Ucrânia.

Moscou anunciou em 23 de abril que retiraria suas tropas da fronteira com a Ucrânia, mas Kiev e países ocidentais disseram que estão vigilantes.

As autoridades ucranianas esperam receber luz verde de Washington para receber entregas de armas letais, segundo analistas. Também esperam ajuda de mais de 400 milhões de dólares este ano.

Além disso, Kiev insiste na necessidade de sua integração acelerada na Otan, o que é rejeitado por Moscou.

A viagem de Blinken coincide com o aumento da pressão americana sobre a Rússia, com novas sanções e a expulsão de diplomatas por supostos ataques cibernéticos russos a sistemas nos Estados Unidos.

Ainda assim, o presidente Biden disse esta semana que espera encontrar o russo Vladimir Putin durante uma viagem à Europa em junho.

Além das tensões internacionais, Washington espera ver progressos tangíveis por parte de Kiev na luta contra a corrupção e nas reformas de modernização.

A corrupção endêmica na Ucrânia e o lento avanço das reformas para erradicá-la têm sido uma fonte de complicações no relacionamento de Kiev com seus aliados ocidentais, bem como com as instituições financeiras internacionais.

bur-alf/mas/mar/mr

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