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Saúde lançará protocolo de remédios contra covid e cogita cloroquina

Marcelo Queiroga disse que Saúde prepara protocolo sobre medicamentos contra a covid - Reprodução/YouTube
Marcelo Queiroga disse que Saúde prepara protocolo sobre medicamentos contra a covid Imagem: Reprodução/YouTube
do UOL

Colaboração para o UOL

23/04/2021 11h03

Há um mês no cargo de ministro da Saúde, Marcelo Queiroga revelou que a pasta irá lançar em breve um protocolo de remédios a serem utilizados pelos profissionais de saúde no tratamento contra a covid-19 e, entre os prováveis medicamentos, estão a cloroquina e a ivermectina, fármacos que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), são ineficazes no enfrentamento à doença causada pelo coronavírus.

"O que vou fazer no ministério da Saúde é submeter à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec) a análise de todos os fármacos que se usam no tratamento da covid-19, qualificando a evidência científica que há em relação a cada um deles", disse o ministro em entrevista ao O Globo.

Queiroga afirma que o desejo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é de que os profissionais de saúde tenham autonomia no tratamento dos pacientes infectados pelo coronavírus. Em relação a medicamentos como a cloroquina e a ivermectina, o ministro admite que "há consenso amplo de que essa medicação" não é eficiente em pacientes com "covid grave", embora "alguns estudos observacionais mostram alguns benefícios desses dois fármacos" em pacientes no estágio inicial da doença.

Questionado pela reportagem, o cardiologista não citou quais seriam esses estudos. A OMS já afirmou que a cloroquina não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus e, inclusive, vetou o uso da ivermectina no tratamento da doença, "independentemente do nível de gravidade, ou de duração dos sintomas".

Ainda, Marcelo Queiroga pontuou que o protocolo já em fase de preparação não será apenas sobre medicamentos contra a covid-19, mas também sobre "todos os tipos de tratamento".

"O objetivo é orientar a conduta. Para que médicos sigam um guia, uma recomendação. Claro que os médicos têm autonomia, mas para atuar dentro de contexto de evidências médicas e da legislação brasileira. Esse protocolo é um guia. Uma recomendação", destacou.

"Minha função não é vigiar o presidente"

Sobre o comportamento de Bolsonaro no comando da pandemia, Queiroga revelou que tem conversado com o presidente "e ele tem usado máscara", porém, ressaltou que não cabe a ele ficar "vigiando" as atitudes do líder do Executivo Federal. No último final de semana, Bolsonaro participou de um evento em Goiás sem o uso do equipamento de proteção, e chegou a entrar na casa de um morador da região de Anapólis sem máscara.

"Temos conversado, e ele tem usado máscara. Eu estive com o presidente em diversas ocasiões. Fomos à Chapecó verificar condições sanitárias daquele município. Recentemente, na transmissão do cargo do comandante do Exército, todos estavam de acordo com os protocolos sanitários. Não vejo desestímulo do presidente. Recentemente o governo federal, por meio de campanha, tem recomendado medidas de prevenção não farmacológicas. Quem tem que julgar a conduta das pessoas é a História. Não sou eu. Minha função não é ficar vigiando as atitudes do presidente da República", afirmou.

Em relação às vacinas contra o coronavírus, o chefe da Saúde pontuou que há "vários" imunizantes no calendário de vacinação, e que negocia a compra de mais de 100 milhões de doses do imunizante da Pfizer. Entretanto, o ministro diz que a "dificuldade com as vacinas é mundial, não só do Brasil".

"O governo está comprometido que tenha toda a nossa capacidade de vacinar do PNI (Programa Nacional de Imunizações) atingida. Não atingimos ainda porque, em compasso com o que existe no mundo inteiro, ainda temos dificuldades com aquisição de doses de vacinas. A gente adquire as vacinas e, às vezes, há atraso na entrega", concluiu.

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