Pesquisador sobre Islã é condenado na Argélia por ofender a religião
Argel, 22 Abr 2021 (AFP) - Um tribunal de Argel condenou nesta quinta-feira (22) a três anos de prisão um conhecido islamologista argelino, Said Djabelkhir, julgado por "ofensa aos preceitos do Islã" e que prometeu prosseguir seu "combate pela liberdade de consciência".
O pesquisador de 53 anos, especialista em sufismo, "foi condenado a três anos" pelo tribunal de Sidi M'hamed, declarou à AFP um de seus advogados, Moumen Chadi, que se declarou "comovido" com a gravidade da pena.
Questionado na saída do tribunal, Djabelkhir, também surpreso com a pena rígida, disse que vai recorrer.
O condenado, que ainda não foi preso, disse que continuará sua luta "pela liberdade de consciência, de opinião e de expressão".
O especialista em sufismo --uma corrente mística e esotérica do Islã-- foi denunciado por sete advogados e por outro universitário por "ofensa aos preceitos do Islã e aos ritos muçulmanos".
Said Djabelkhir é criticado por ter escrito que o sacrifício do cordeiro --uma tradição muçulmana -- existia antes do Islã, e por ter criticado algumas práticas, como o casamento de certas meninas novas em algumas sociedades muçulmanas.
A lei argelina castiga com penas de três a cinco anos de prisão e/ou multa quem "ofende o profeta ou difama o dogma ou os preceitos do Islã, seja por via escrita, declaração ou outro meio".
Durante seu julgamento em 1º de abril, o islamologista negou ter "ofendido" o Islã, religião do Estado na Argélia, e afirmou que foram apenas "reflexões acadêmicas".
Said Djabelkhir já teve várias polêmicas com religiosos que têm uma visão fundamentalista do Islã.
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