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Após apoio de Bolsonaro, venda de cloroquina e ivermectina dispara em 2020

do UOL

Natália Lázaro

Colaboração para o UOL, em Brasília

21/04/2021 04h00

Embora especialistas em saúde digam que não haja "tratamento precoce" para a covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem defendido o uso da cloroquina e da ivermectina. Além de ineficientes contra a doença, os remédios também podem ter efeitos colaterais. Mas a venda dos dois medicamentos disparou no Brasil em 2020, primeiro ano da pandemia de coronavírus.

O sulfato de hidroxicloroquina, usado contra lúpus, artrite e malária, mais que dobrou suas vendas em comparação com 2019, segundo dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Em 2020, foram vendidos 6,38 milhões de embalagens de cloroquina. Em 2019, haviam sido 3,08 milhões. A alta foi de 107%. A quantidade de remédios por embalagem varia conforme os fabricantes.

Para o levantamento, foram consideradas todas as embalagens vendidas pelos laboratórios produtores do medicamento. Ou seja, também estão incluídos os remédios vendidos para o governo para distribuição pelo SUS (Sistema Único de Saúde), hospitais e clínicas privadas e farmácias distribuidoras.

Vendas de ivermectina sobem mais de 70%

As vendas de ivermectina, usado contra piolhos e vermes, também deram um salto na pandemia. Em 2019, foram vendidas 32,65 milhões de embalagens, enquanto em 2020 chegou a 56,8 milhões (alta de 74%).

Dados não incluem produção do Exército

Esses dados da Anvisa incluem somente os medicamentos elaborados pela indústria farmacêutica. Não foi contada a produção de remédios pelo Exército, que gastou mais de R$ 1,5 milhão para fabricar cloroquina.

Os remédios estão, atualmente, estocados e sem uso, devido à diminuição da procura nos últimos meses. O Exército já divulgou nota anteriormente defendendo a produção do remédio.

O presidente Bolsonaro anteriormente defendeu em diversas ocasiões que o tratamento precoce deve ser feito, "mesmo sem comprovação científica e com autorização do paciente". Também afirmou que os remédios feitos pelo Exército não serão desperdiçados.

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