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OEA acusa Venezuela de desinformar ONU sobre combates na fronteira com a Colômbia

Bandeira da ONU (Organização das Nações Unidas) - Getty Images
Bandeira da ONU (Organização das Nações Unidas) Imagem: Getty Images

AFP

21/04/2021 23h56

A secretaria-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) acusou nesta quarta-feira (21) a Venezuela de "desinformar" a ONU sobre os confrontos que ocorrem desde março na fronteira com a Colômbia e urgiu a comunidade internacional a atender o deslocamento de venezuelanos no território venezuelano.

A organização chefiada por Luis Almagro rechaçou uma carta enviada por Caracas ao Conselho de Segurança da ONU, acusando a "ditadura" de Nicolás Maduro de "eludir sua própria responsabilidade" nas "tensões e hostilidades" na zona fronteiriça entre o estado venezuelano de Apure e o departamento colombiano de Arauca.

"Trata-se de uma estratégia de argumentos enganosos, desinformação e propaganda que busca desviar a atenção da comunidade internacional e eludir sua própria responsabilidade, algo habitual no regime chavista/madurista", destacou a secretaria-geral em um comunicado.

"A ditadura pretende culpar sem provas nem justificação o governo da Colômbia pelos fatos ocorridos em território venezuelano e sujar os avanços que o país fez pela paz", acrescentou.

O chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, informou em 6 de abril que a Venezuela solicitou em uma carta ao Conselho de Segurança da ONU "investigar as atividades de grupos armados colombianos que, do território deste país, executam ataques armados contra território e população venezuelana".

Desde 21 de março, as forças armadas venezuelanas reportam enfrentamentos em Apure com grupos armados irregulares, que tacham de terroristas e vinculam ao governo colombiano de Iván Duque.

Mas a Colômbia e setores da oposição venezuelana asseguram que Caracas pretende com esta ofensiva ajudar uma facção de dissidentes das extintas Farc na luta que travam com outra facção pelo controle do tráfico de drogas. Os dois grupos se marginalizaram do processo de paz da Colômbia com as Farc em 2016.

No comunicado, a OEA denunciou a "cumplicidade" de Caracas com "atores criminosos e terroristas que estão presentes em território venezuelano gozando de total impunidade" e destacou "operações indiscriminadas do aparato militar do regime" contra a população civil.

Além disso, afirmou que as ações da "ditadura" de Maduro e seu "desapego" ao direito internacional forçaram a saída de 5,6 milhões de venezuelanos de seu país.

"A Secretaria Geral urge a comunidade internacional a redobrar os esforços para atender o presente deslocamento da população civil" entre a Venezuela e a Colômbia, enfatizou.

Os dois países, que compartilham uma porosa fronteira de 2.200 km, romperam relações depois que o governo de Duque reconheceu o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela em janeiro de 2019.

ad/rsr/mvv

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