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Nicarágua exige fim de 'injustas' sanções internacionais

21/04/2021 20h21

Manágua, 21 Abr 2021 (AFP) - A Nicarágua exigiu nesta quarta-feira (21) na Cúpula Ibero-americana a suspensão das "injustas" sanções internacionais impostas contra o governo de Daniel Ortega após a repressão dos protestos da oposição em 2018 por considerá-los um obstáculo ao desenvolvimento do país.

"A Nicarágua é vítima da imposição de medidas coercitivas unilaterais, ilegais e injustas, que contribuem para uma violação à nossa soberania, ao direito internacional e ao nosso direito ao desenvolvimento", reivindicou o chanceler Denis Moncada durante sua participação virtual na Cúpula Ibero-americana de Andorra.

Cerca de 30 funcionários e familiares do presidente Ortega, entre eles sua esposa e vice-presidente Rosario Murillo, foram sancionados nos últimos três anos pelos Estados Unidos no âmbito da lei Magnisky, que persegue estrangeiros acusados de corrupção e violação dos direitos humanos.

Washington também aplicou à Nicarágua a chamada Nica-Act, uma lei que condiciona os empréstimos recebidos por Manágua de organismos como o Banco Mundial (BM) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que financiavam parte do orçamento nicaraguense.

O Canadá impôs em 2019 sanções a nove funcionários nicaraguenses, entre eles Murillo.

Enquanto isso, a União Europeia (UE) adotou sanções contra seis assessores do governo por sua participação na repressão política e na deterioração de instituições democráticas na Nicarágua.

"É preciso pôr um fim e que sejam anuladas as medidas coercitivas unilaterais e violatórias da carta da ONU que impõem obstáculos aos planos de desenvolvimento de nossos países", exortou Moncada, que considerou que estas sanções impedirão o cumprimento das metas de desenvolvimento propostas para 2030.

Segundo o chanceler, a Nicarágua é "um fator de estabilidade, paz e segurança regional com importantes indicadores positivos no desenvolvimento econômico, político e social" e referiu-se a esforços para reduzir a pobreza de 48% a 24% entre 2007, quando Ortega voltou ao poder, e 2020.

Além disso, mencionou uma estratégia para evitar cartéis do narcotráfico que se estabeleçam em seu território e atravessem drogas para o norte.

As manifestações da oposição, que eclodiram em abril de 2018 e se estenderam por vários meses, pediam a demissão de Ortega, que governa sob acusações de nepotismo, corrupção e fraudes eleitorais por parte da oposição.

A repressão estatal a estes protestos deixou pelo menos 328 mortos, segundo organismos humanitários, enquanto o governo reconhece 200 mortos.

Ortega atribuiu à rebelião um frustrado golpe de Estado promovido pelos Estados Unidos.

bm/lda/mvv

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