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Abastecer até a boca causa problemas? 10 mitos ou verdades sobre carros

NurPhoto/NurPhoto via Getty Images
Imagem: NurPhoto/NurPhoto via Getty Images
do UOL

Fernando Garcia

Colaboração para o UOL

20/04/2021 04h00

É sabido que alguns hábitos no consumo de certos alimentos e bebidas podem influenciar diretamente em nossa saúde, e com o carro essa linha de raciocínio é a mesma. A partir da decisão de compra, é preciso ter em mente que seja ele novo ou usado, terá de arcar com as manutenções periódicas e tudo vai depender da maneira de como o trata.

Para isso, listamos alguns mitos e verdades que podem ou não influenciar no modo como você o conduz e ainda te poupará futuras dores de cabeça e economizar uma grana com o mecânico.

1. Descer na banguela ou ponto morto economiza combustível?

Mito. Para começar, descer ladeiras "na banguela" (termo no qual aos dentes das engrenagens não estão encaixados, ou seja, em ponto morto) foi fato no passado quando os motores eram equipados com carburador.

Nos propulsores com injeção eletrônica, o combustível é cortado quando o veículo desce uma ladeira engatado, porque o movimento das rodas já aciona os cilindros. Caso o motorista decida desengatá-lo na descida, a injeção tem de funcionar para manter o motor girando.

No caso dos automáticos, a situação pode ser pior, porque ao colocar a transmissão automática na posição N, a bomba hidráulica de fluido da caixa de câmbio vai trabalhar com uma rotação baixa, o que não é ideal para a correta lubrificação dos componentes internos. Isso acontece porque a rotação da bomba interna de óleo é garantida pela rotação do motor do veículo. O correto é sempre manter o veículo engatado ao descer uma rampa: é melhor para a segurança e melhor para o consumo.

2. Abastecer até a "boca" causa problema no sistema?

Verdade. É natural em tempos de altos e baixos no preço dos combustíveis, o motorista querer aproveitar e encher o tanque até a boca seja para arredondar a conta ou para "economizar" com as altas e baixas dos postos, mas isso pode sair um "tiro pela culatra".

O correto é sempre pedir ao frentista de parar de abastecer logo no primeiro desarme da bomba. Do contrário, haverá grande perda combustível, justamente por não haver espaço para expansão dos gases e ainda danificar o cânister, um filtro de carvão ativo que capta os vapores do tanque.

Além do mais, este excesso de combustível pode trazer outros malefícios como entupimento do carburador no caso dos mais antigos, danificar a bomba elétrica e a válvula reguladora de pressão etc. Além

3. As pastilhas de freio devem ser trocadas junto com os discos?

Mito. Tudo vai depender do estado desses componentes, devido a vida útil de cada um deles que é diferente. No geral, a cada duas ou três trocas de pastilhas, o disco já começa a dar sinais de desgaste e, nesse exemplo, ele pede uma substituição.

No entanto, a recomendação de especialistas é sempre pedir a seu mecânico de confiança para medir a espessura do disco; se estiver acima do mínimo permitido, uma retífica vai resolver, mas atenção: a espessura mínima dos discos de freio é determinada pelo fabricante que geralmente é de 23 mm. Abaixo disso, pode apresentar trincas, rachaduras e até quebras.

4. Gasolina aditivada ajuda a manter o motor limpo?

Verdade. Muitos motoristas acreditam que abastecendo com a gasolina mais barata, mesmo em postos de bandeira, vão economizar dinheiro. Acontece que, apesar de na teoria isso não influenciar diretamente no consumo do veículo, caso o motor apresentar desgaste de partes móveis ou com sujeira, o gasto será maior.

Isso é explicado por conta da formação resíduos de combustão depositado nas válvulas de admissão que vai comprometendo as misturas entre ar e combustível ao longo do tempo. Por isso, nesses casos, a aditivada é recomendada, já que mantém a limpeza e preserva o motor, melhorando o desempenho e, consequentemente, o consumo. Essa dica também vale para o álcool.

5. Amortecedores devem ser trocados aos pares?

Verdade. A substituição deve ser feita aos pares, pelo menos, uma por eixo. Acontece que o amortecedor sofre desgaste natural durante um determinado período, e isso depende de como e onde o motorista fez uso deles como, por exemplo, no perímetro rodoviário ou urbano no qual é mais submetido.

Ao trocar apenas um amortecedor do eixo dianteiro, por exemplo, ocorre a desestabilização das molas e perda da estabilidade e isso compromete significativamente na segurança do automóvel. Sendo assim, é imprescindível trocar, no mínimo, o par dianteiro.

6. Dar a última acelerada facilita a próxima partida?

Mito. Essa prática é condenável e jamais deve acelerar quando se desliga o carro e muito menos quando é ligado na manhã seguinte.

Ocorre que com o acúmulo de combustível resultante da última acelerada dentro dos cilindros que não foi queimada escorre para o cárter contaminando o óleo. E se o motor for turbinado, pior ainda, pois reduz drasticamente a vida útil do turbo compressor.

7. Ainda é necessário amaciar motores novos?

Mito. Com a tecnologia dos motores e da sua construção, isso é coisa do passado. Esse processo era mais comum nos modelos mais antigos nos quais precisavam rodar com cuidado nas primeiras centenas de quilômetros, enquanto as peças do motor se ajustavam.

Os motores modernos têm desenvolvimento de superfícies dos componentes metálicos muito mais desenvolvidos, tanto em rugosidade quanto em resistência ao desgaste, portanto o amaciamento não é mais um requerimento.

8. Vidros escuros ajudam a reduzir o calor?

Verdade. Isso é explicado porque reduz a entrada de raios UV. Assim como acontecem com os vidros escurecidos, as películas solares também reduzem o calor.

Só para se ter uma ideia, algumas delas chegam a valores de isolação acima de 90% e facilitam na eficiência do trabalho do ar-condicionado. No entanto, é sempre bom ficar atento o que a lei determina: para-brisas, transparência mínima de 75%; vidros laterais dianteiros, transparência mínima de 70% e demais vidros, transparência mínima de 28%.

9. Deixar o ar-condicionado ligado gasta o gás refrigerante?

Mito. O gás refrigerante tem como função refrigerar o ambiente. É dele a responsabilidade de transferir o calor da unidade evaporadora (ambiente interno) para a unidade condensadora (ambiente externo), e usar esse sistema de refrigeração não gasta o refrigerante. Isso só ocorre se houver vazamento.

Na verdade, quanto mais se usa o acessório, melhor. Ar condicionado parado estraga muito mais. Por isso, especialistas recomendam usá-lo por pelo menos uma vez por semana por cerca de 10 minutos para garantir o bom funcionamento do aparelho.

10. Motor flex vicia só um combustível?

Mito. A tecnologia dos motores flexíveis foi preparada para ser utilizado com os dois, etanol e/ou gasolina, em qualquer proporção. Isso é explicado através das centrais eletrônicas dos motores que têm capacidade de verificar o combustível disponível no tanque e ajustar aos parâmetros do motor. Tal ajuste é realizado com referências gravadas nesta central, portanto não há possibilidade criar um "vício" no motor.

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