Human Rights denuncia 'crimes contra a humanidade' na China por maus tratos aos uigures
Washington, 19 Abr 2021 (AFP) - A China é culpada de "crimes contra a humanidade" em seu tratamento opressivo contra os uigures e outras minorias muçulmanas, afirmou a organização Human Rights Watch (HRW) em um relatório detalhado publicado nesta segunda-feira (19).
"O governo chinês cometeu, e continua cometendo, crimes contra a humanidade contra a população muçulmana turca", diz o relatório.
Pequim prendeu mais de um milhão de membros do principal grupo étnico na região ocidental de Xinjiang e mantém outros milhões sob um rígido sistema de vigilância e controles, segundo o relatório da HRW e da Clínica de Direitos Humanos e Resolução de Conflitos da Faculdade de Direito de Stanford.
"O objetivo aparente do governo chinês ao criar os acampamentos é a eliminação da cultura e religião muçulmanas turcas", destacou, especificando as etnias uigures, kazajos, kirguises e outros grupos em Xinjiang.
As políticas em curso violam o Estatuto de Roma de 1998 do Tribunal Penal Internacional (TPI), que diz que os ataques generalizados ou sistemáticos contra uma população civil são crimes, segundo o relatório da HRW.
A organização culpou o governo chinês de prisão ilegal, tortura e assassinato de uigures, e de políticas dedicadas ao trabalho forçado e à violência sexual.
A HRW afirmou ainda que os maus tratos aos uigures por parte de Pequim remontam a mais de duas décadas, mas que se intensificaram desde 2013 sob o mandato do presidente chinês Xi Jinping.
Impulsionado pelo nacionalismo e pela islamofobia, o governo de Xi quer assimilar as comunidades muçulmanas, de acordo com o relatório.
A HRW e os pesquisadores de Stanford não chegaram a acusar Pequim de genocídio em Xinjiang, uma denúncia feita pelo governo dos Estados Unidos, assim como pelos parlamentos da Bélgica, Canadá e Holanda, e outros grupos de direitos humanos.
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