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Feministas reprovam projeto de referendo sobre aborto na República Dominicana

19/04/2021 16h43

Santo Domingo, 19 abr (EFE).- O movimento feminista que pede a despenalização do aborto na República Dominicana reprovou nesta segunda-feira a proposta do presidente do país, Luis Abinader, de realizar um referendo para decidir sobre a questão.

Em entrevista concedida nesta segunda-feira à Agência Efe, em Madri, Abinader disse que é a favor da despenalização do aborto em três casos, mas comentou que "é uma decisão que implica muitos assuntos, não só de saúde, também religiosos".

Os três casos defendidos pelas feministas são: quando a vida ou a saúde da mulher estão em perigo, quando o feto é incompatível com a vida extrauterina e quando a gravidez é resultado de estupro ou incesto.

"Rejeitamos completamente a proposta de submeter a um referendo o assunto dos três casos", disse Natalia Mármol, integrante do movimento a favor da despenalização do aborto, que se instalou em um acampamento em frente à sede da Presidência desde 11 de março.

"É muito lamentável e reprovável quando (Abinader) diz que é um assunto religioso" quando se trata de "um assunto de garantia de direitos e saúde", comentou.

Mármol pediu que as pessoas a favor do aborto nas três circunstâncias mencionadas se manifestem em frente ao Congresso Nacional na terça-feira, coincidindo com o início dos debates do novo Código Penal, no qual é tratada a questão do aborto.

O projeto do Código Penal só prevê a despenalização do aborto em uma condição, o risco para a vida da mãe. Um texto alternativo propõe incluir as outras duas circunstâncias.

A República Dominicana é um dos seis países da América que mantêm a proibição total do aborto, assim como El Salvador, Honduras, Nicarágua, Haiti e Suriname. EFE

mf/vnm

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