Raúl Castro confirma transição de poder no Partido Comunista de Cuba para nova geração
Por Sarah Marsh e Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - Raúl Castro confirmou que estava entregando a liderança do Partido Comunista de Cuba a uma geração mais jovem e "cheia de paixão e espírito anti-imperialista", durante o Congresso partidário que começou nesta sexta-feira.
Em um discurso de abertura do evento a portas fechadas, com trechos transmitidos pela televisão estatal, Castro, de 89 anos, disse que tinha a satisfação de entregar a liderança a um grupo de membros que têm décadas de experiência em ascensão nas fileiras partidárias.
"Acredito fervorosamente na força, na natureza exemplar e na compreensão de meus compatriotas, e enquanto eu viver estarei pronto com o pé nos estribos para defender a pátria, a revolução e o socialismo", disse Castro a centenas de delegados do partido reunidos em um centro de convenções em Havana.
O Partido Comunista de Cuba iniciou nesta sexta-feira o congresso histórico de quatro dias, durante o qual o último dos Castro deixa a cena política após seis décadas de comando dos irmãos Fidel e Raúl na esteira da revolução de esquerda de 1959.
O congresso acontece a cada cinco anos para a organização analisar diretrizes e nomear sua liderança.
Embora ele ocorra a portas fechadas, o partido tuitou um vídeo que mostrou centenas de delegados aplaudindo Raúl de pé ao recebê-lo na manhã desta sexta-feira em um centro de convenções de Havana.
O uniforme militar verde-oliva de Raúl contrastou com o traje civil de seu protegido e presidente, Miguel Díaz-Canel, de 60 anos, que muitos acreditam que assumirá a liderança partidária.
A nova geração de líderes, que não foi forjada pela rebelião contra uma ditadura apoiada pelos Estados Unidos como a "geração histórica", não terá uma tarefa simples.
O congresso acontece no momento em que Cuba enfrenta a pior crise econômica desde o colapso da antiga benfeitora União Soviética, e existem sinais de frustração crescente, especialmente entre os cubanos mais jovens.
Novas sanções dos EUA e a pandemia de coronavírus exacerbam uma crise de liquidez na economia centralizada fragilizada, que já sofria devido à diminuição da ajuda da Venezuela.
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