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Funeral do príncipe Philip que será enterrado nesse sábado no Castelo de Windsor

16/04/2021 08h17

O mundo se despede do mais longevo consorte da realeza britânica neste sábado em cerimônia privada reservada a 30 convidados. O príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, morreu aos 99 anos no castelo de Windsor, onde passava a quarentena com a monarca. Diante das restrições pandêmicas, a lista não teve como incluir as 800 pessoas estimadas inicialmente no planejamento da cerimônia, que vai ser transmitida ao vivo pela televisão para súditos e apreciadores da monarquia britânica.

Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres

Apesar dos rigores do protocolo nacional, não será um funeral de Estado. Philip não quis. Embora menor do que o previsto, a cerimônia segue os desejos do consorte, segundo o Palácio de Buckingham. A rainha teria tido dificuldades para montar a lista. Ela fez questão de incluir representantes de todos os ramos da família do marido.

O cortejo fúnebre com o corpo do Duque de Edimburgo sairá da capela privada onde está no Castelo de Windsor até a Capela de São Jorge, também na propriedade, em um Land Rover que teve o design adaptado pelo próprio Philip. Os quatro filhos do casal, príncipes Charles, Andrew, Edward, e a princesa Anne seguirão a pé, junto com os netos William e Harry, filhos do primogênito. Aos 94 anos, a rainha Elizabeth II, seguirá no Bentley da família.

O público poderá assistir à cerimônia pela televisão. Alguns canais devem começar a cobertura um pouco antes e terminar só no final da tarde. Em circunstâncias normais, o acesso do público seria diferente, como aconteceu em 2002, quando da morte da rainha-mãe, Elizabeth. Ela foi enterrada em um serviço privado em Windsor depois de cerimônia na abadia de Westminster, que contou com a presença de 60 reis, rainhas e membros da realeza, além de autoridades nacionais e estrangeiras. A cerimônia foi acompanhada por cerca de um milhão de pessoas do lado de fora da abadia e em todo o caminho até Windsor.

Desde a morte de Philip, no último dia 9 de abril, representantes da realeza e autoridades pedem ao público que evitem aglomerações em frente às residências da família. No entanto, desde o último sábado, centenas de pessoas deixam cartões e flores diante do castelo de Windsor, a oeste de Londres, onde ele morreu, e do palácio de Buckingham, no coração da capital britânica, a residência oficial do casal.

A rainha Elizabeth II e o marido passaram a maior parte da quarentena em Windsor. Nos últimos dias, a pequena cidade histórica viu um aumento expressivo do movimento de curiosos e fãs da realeza, assim como do policiamento, que foi reforçado. Na página da família real na internet, pede-se que as pessoas prestem suas últimas homenagens ao príncipe com doações a instituições de caridade em vez de gastar dinheiro com flores. Também está disponível online um livro de condolências.

Comentários racistas

Aos 99 anos, Philip se recuperava de uma cirurgia cardíaca realizada no início de março, que o manteve por quase um mês no hospital. Segundo fontes ouvidas pela mídia britânica, ele teria morrido dormindo, ao lado da mulher. Uma figura controversa pelos comentários fora de hora, muitos considerados racistas, o príncipe era querido pelos britânicos: 15% da população apontou o consorte como seu personagem preferido da família real, segundo pesquisa Ipsos Moris.

O funeral vai acontecer às 15 horas no horário britânico, quando o Reino Unido deverá fazer um minuto de silêncio em homenagem ao marido da monarca (11 horas da manhã no horário de Brasília). A família real ainda observará um período de duas semanas de luto. Se participarem de compromissos oficiais, seus integrantes deverão usar tarjas pretas no braço. Já o período de luto nacional acaba logo após o funeral. Desde a morte de Philip bandeiras a meio mastro tremulam pelo Reino Unido. Outdoors e cartazes com a imagem do Duque de Edimburgo também ganharam o país. Até mesmo na porta dos supermercados da rede que abastecesse a Casa Real.

Filho mais novo de Charles, o príncipe Harry desembarcou em Londres no último domingo. Ele está em quarentena obrigatória de 10 dias, de onde poderá sair durante o período do funeral, como prevê a lei britânica. Harry deixou os afazeres oficiais reais no ano passado e mudou-se com a mulher, a atriz americana Meghan Markle para Los Angeles, onde moram com o filho Archie. Por ordens médicas, ela, que está grávida de um menina, não viajou. Esta é a primeira vez que Harry volta ao Reino Unido desde que deixou o país. É também a primeira vez que estará com a família desde que concedeu com a mulher uma entrevista bombástica à apresentadora de TV americana Oprah Winfrey na qual Meghan acusa um integrante da Casa dos Windsors de racismo.

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