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Governos das Américas mantêm aposta em vacinas, apesar de casos de trombose

15/04/2021 13h37

Redação Central, 15 abr (EFE).- Os governos de países das Américas continuam demonstrando confiança no processo de vacinação contra a covid-19, apesar dos casos de trombose diagnosticados em pessoas que receberam imunizantes da Johnson & Johnson e da AstraZeneca - a relação ainda está sendo analisada por agências de saúde.

Os Estados Unidos reiteraram nesta quarta-feira o tom de aposta na segurança dessas vacinas, ao informar que continuarão utilizando a da Johnson & Johnson, enquanto o Canadá fez confirmação semelhante em relação à da AstraZeneca.

O coordenador da Casa Branca para resposta à pandemia do novo coronavírus, Jeff Zients, afirmou que o estudo desses casos aponta que o processo de vacinação é sério e deve proporcionar confiança nos EUA e em todo o mundo.

A declaração foi feita depois que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) e a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), agência que testa as vacinas contra a covid, recomendaram que o governo americano suspendesse o uso da vacina da Johnson & Johnson por causa dos casos de seis mulheres com menos de 48 anos que sofreram um tipo raro de trombose cerebral. Uma delas morreu, e outra está em estado grave.

"Fornecer aos americanos os fatos de que eles precisam saber é central para construir confiança nas vacinas", disse Zients.

A diretora do CDC, Rochelle Walensky, comentou que os casos detectados nos EUA são semelhantes aos encontrados na Europa após a imunização com a vacina da AstraZeneca, com homens também desenvolvendo trombose, embora o efeito colateral tenha sido mais comum entre mulheres.

Walensky acrescentou que a recomendação de paralisar o uso da vacina da J&J tem três razões. Uma é alertar aos prestadores de serviços de saúde que pode haver efeitos adversos e que essas tromboses cerebrais não podem ser tratadas com heparina, uma droga comumente usada para lidar com esse tipo de problema.

Outra razão é porque pode haver mais casos, e por isso a CDC quer que as pessoas estejam cientes para que consultem imediatamente um médico se apresentarem sintomas, embora a diretora tenha dito que tais casos são "extremamente raros".

Entretanto, a questão permanece sem solução depois que um comitê que assessora o CDC terminou nesta quarta-feira uma reunião para estudar o futuro da vacina J&J sem lançar uma recomendação diante da ausência de dados, algo que pode levar de uma semana a dez dias para ser resolvido.

CANADÁ CONTINUARÁ APLICANDO VACINA DA ASTRAZENECA.

O Canadá anunciou que não vai suspender o uso da vacina da AstraZeneca, alegando que o risco de possíveis casos de trombose associados ao imunizante é muito baixo e que, de qualquer forma, os benefícios superam os riscos.

A médica Supriya Sharma, uma das diretoras do Ministério da Saúde do país, disse em entrevista coletiva que, após ter analisado os últimos dados, eles não encontraram nenhum fator de risco específico, como idade ou sexo, e por isso as autoridades não recomendam restringir o uso da vacina.

Porém, Sharma ponderou que a pasta está levando em consideração o caso relatado nesta terça-feira de uma mulher que desenvolveu um coágulo de sangue incomum, com baixos níveis de plaquetas, e que estaria ligado ao uso da vacina da farmacêutica anglo-sueca.

A diretora frisou que os benefícios do imunizante continuam superarando os riscos de contrair covid-19 e que o Ministério atualizou os avisos associados à administração da vacina para que os canadenses possam ser informados dos efeitos colaterais.

Embora a pasta não tenha restringido o uso do imunizante, o Comitê de Assessoria Nacional de Imunização (Naci) recomendou a sua suspensão há algumas semanas para pessoas com menos de 55 anos de idade, após relatos de reações adversas na Europa.

GOVERNO DE SP PEDE ENVIO URGENTE DE MATERIAL MÉDICO.

As preocupações geradas pelas informações sobre alguns dos efeitos das vacinas ocorrem em meio ao avanço da pandemia no mundo, e apenas alguns meses após o início de um processo de imunização que levou muitos a pensarem que o vírus finalmente seria erradicado.

A situação no Brasil, por exemplo, continua crítica. Nesta quarta-feira, o governo de São Paulo pediu para o Ministério da Saúde enviar suprimentos médicos dentro de 24 horas para intubar pacientes gravemente enfermos, a fim de evitar o colapso de seus hospitais.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo federal negociará com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a compra direta de suprimentos e sedativos para intubação, em meio à escassez de medicamentos em grande parte do país durante a pandemia.

A Argentina, por sua vez, registrou 25.157 casos de covid-19 nas últimas 24 horas. Com isso, o total desde o início da pandemia subiu para 2.604.157 no papis. Já o número de mortes chegou a 58.542.

MUNDO SE APROXIMA DE 3 MILHÕES DE MORTES POR COVID-19.

Tudo isso acontece em um momento em que o mundo está à beira da marca de 3 milhões de mortes por covid-19 e de 138 milhões de infecções pelo novo coronavírus, de acordo com a contagem independente da universidade Johns Hopkins, dos EUA.

As Américas, com 58,5 milhões de contágios, são a região mais afetada, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), seguida pela Europa, com 48,1 milhões.

Os EUA são o país mais atingido pela pandemia, com 31,4 milhões de casos e mais de 564 mortes, seguido pela Índia, com 13,8 milhões e mais de 172 mil óbitos, respectivamente, e pelo Brasil, com 13,6 milhões e 360 mil.

Além disso, as Américas têm a maior taxa de mortalidade do mundo pela doença, com 137,4 por 100 mil habitantes, enquanto na Europa ela é de 108,1 por 100 mil.

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