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Keiko Fujimori diz que Peru deve ser país do 'primeiro mundo, não a Coreia do Norte'

14/04/2021 21h03

Lima, 15 Abr 2021 (AFP) - A candidata presidencial da direita Keiko Fujimori afirmou nesta quarta-feira (14) que quer que o Peru seja um país do "primeiro mundo, não a Coreia do Norte", ao expor suas diferenças com o esquerdista Pedro Castillo, a quem enfrentará no segundo turno, em junho.

"Eu proponho que o Peru seja um país do primeiro mundo, não a Coreia do Norte", disse a candidata, marcando distância de Castillo, que surpreendeu no domingo ao conseguir o primeiro lugar na votação no primeiro turno eleitoral.

O professor de escola rural e a filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que está preso, conseguiram, respectivamente, 19,07% e 13,37% dos votos, em um primeiro turno que contou com um recorde de 18 candidatos sem favoritos. O escritório nacional eleitoral (ONPE) já apurou 99,45% dos votos.

"O adversário propôs a velha tese comunista de luta de classes, do ódio e do confronto. É decisão dele", afirmou Keiko, acrescentando que ela propõe um "reencontro dos peruanos" depois de 20 anos de "crítica, confronto, ódio, vingança" desde a renúncia do seu pai à Presidência.

"Os resultados do ONPE são muito claros. O senhor Pedro Castillo e eu vamos iniciar o segundo turno. Um dos dois será o próximo presidente do bicentenário do nosso país", no próximo 28 de julho (dia da mudança de comando), informou Keiko Fujimori.

"Tenho a fortaleza, a experiência, depois de tudo o que precisei viver, para servir e guiar a nossa pátria como a próxima presidente do Peru", acrescentou em sua primeira aparição pública desde o domingo, quando ainda não estava claro se ela seria a adversária de Castillo em um segundo turno que ameaça polarizar o Peru.

A candidata de 45 anos começou sua exposição à imprensa lendo uma passagem da Bíblia e mostrou um tom conciliador que contrastou com o estilo belicoso de suas campanhas em 2011 e 2016, nas quais foi derrotada em segundos turnos por Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski.

Keiko Fujimori havia mostrado pela primeira vez um tom conciliador no fim de 2020, quando retomou sua carreira política após permanecer 16 meses em prisão preventiva pelo escândalo da empreiteira brasileira Odebrecht, que salpicou quatro ex-presidentes peruanos.

"Aos que me seguem, peço: não ataquem os seguidores de Pedro Castillo. Eles merecem todo o nosso respeito, são peruanos", disse. "Não vamos cair nesse simplismo da campanha do medo", "isto vai ser um debate de ideias", acrescentou.

Fujimori, que foi posta em liberdade em maio de 2020 com medidas cautelares, informou que seus advogados solicitaram à justiça que a autorize a sair de Lima para fazer campanha nas províncias com vistas ao segundo turno de 6 de junho.

fj/rsr/mvv

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