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Irmãos com doença rara recebem transplante de coração com diferença de 48h

Gustavo e Paloma, de 18 e 19 anos, ao lado da mãe em hospital no interior de SP - Reprodução/Arquivo Pessoal
Gustavo e Paloma, de 18 e 19 anos, ao lado da mãe em hospital no interior de SP Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal
do UOL

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto (SP)

14/04/2021 12h11

"Foi uma alegria muito grande quando soubemos que havia um coração compatível e que o transplante seria feito". O relato de alegria é da dona de casa Noeli Rodrigues de Souza. Em 48 horas os dois filhos dela, Gustavo Rodrigues Josino e Paloma Rodrigues Josino, de 18 e 19 anos, respectivamente, conseguiram o que para muitos parecia impossível: encontrar dois doadores compatíveis e receber os transplantes de coração.

A alegria completa demorou um pouco a se concretizar: "Meu coração ainda estava apertado. Quando veio a notícia do segundo órgão compatível, foi uma alegria completa. Um verdadeiro milagre". Os irmãos estavam na fila aguardando um órgão compatível há oito meses.

Os transplantes aconteceram na madrugada de sexta-feira (9) e no domingo (11), no Hospital de Clínicas de Botucatu, cidade a 237 de São Paulo. Os irmãos são moradores de Garça, cidade do interior a 170 km de Botucatu.

A mãe dos jovens relata que os irmãos nasceram com uma condição genética rara chamada Doença de Danon que ocasiona alteração no músculo cardíaco. A doença não tem tratamento sendo a única opção o transplante.

Gustavo - Divulgação HC de Botucatu - Divulgação HC de Botucatu
Gustavo recebeu transplante de coração
Imagem: Divulgação HC de Botucatu

O primeiro a receber o novo órgão foi Gustavo. Com muito cansaço e fadiga o jovem estava internado para acompanhamento médico quando veio a notícia da compatibilidade de um novo coração.

O doador era de uma cidade do Paraná e, para que a doação fosse possível, foi criada uma força tarefa para o transporte do órgão, que foi feito de avião pela FAB (Força Aérea Brasileira). O transplante de coração só é viável se ele for realizado em até seis horas após a parada do órgão.

"Todo dia eu viajava até Botucatu para passar o dia com ele no hospital e retornava para casa à noite para ficar com a Paloma e ver se ela estava tomando os remédios certinho. Quando os médicos falaram que o Gustavo receberia o coração foi uma felicidade imensa porque o caso dele era mais urgente, mas eu ainda estava apreensiva por causa da minha filha", lembra Noeli.

Paloma - Divulgação HC de Botucatu - Divulgação HC de Botucatu
Em menos de 48h, Paloma também encontrou doador
Imagem: Divulgação HC de Botucatu

No domingo a segunda boa notícia. Mais um coração havia sido doado, dessa vez na própria cidade de Botucatu, e o órgão era compatível com Paloma. O transplante foi feito no mesmo dia.

Ainda segundo a mãe, os filhos estão no mesmo quarto da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e estão se recuperando bem da cirurgia.

"Agora estou feliz por completa, foram dois milagres em nossas vidas. Só posso agradecer a Deus e à medicina. Agora é só esperar a recuperação deles e levarmos eles para casa", diz a mãe.

Noeli também possui a doença e já passou pelo transplante de coração. No ano passado, a família teve que lidar com a perda do filho mais novo, de 15 anos, que não conseguiu um doador compatível a tempo e não resistiu às complicações da doença cardíaca.

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