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Caso Henry: Empregada nega ter mentido para polícia; babá contradiz versão

7.mar.2021 - Câmeras de segurança mostraram Jairinho, Monique e Henry no elevador - Reprodução/TV Globo
7.mar.2021 - Câmeras de segurança mostraram Jairinho, Monique e Henry no elevador Imagem: Reprodução/TV Globo
do UOL

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio

14/04/2021 04h00

A empregada doméstica Leila Rosângela de Souza Mattos que trabalhava na casa do vereador Dr. Jairinho (sem partido) e Monique Medeiros, padrasto e mãe do menino Henry Borel, disse ao UOL que não mentiu em seu primeiro depoimento à polícia.

Aos investigadores, ela relatou que não sabia das agressões sofridas por Henry —versão diferente da apresentada pela babá Thayná de Oliveira Ferreira.

"No meu depoimento, eu não menti em momento algum, momento algum eu menti até porque eu faço um serviço e a babá faz outro. Inclusive, eu vou amanhã [hoje] de tarde depor de novo na delegacia", disse Leila Rosângela.

Ontem, por cerca de oito horas, a cuidadora de Henry Borel foi ouvida novamente. Para a polícia, Thayná afirmou que Leila Rosângela tinha conhecimento do comportamento violento de Dr. Jairinho, já que a empregada doméstica estava no apartamento em 12 de fevereiro, na ocasião em que a babá relatou a Monique as agressões de Jairinho contra a criança.

Thayná disse que, após cerca de dez minutos em que Henry e Jairinho ficaram no quarto, o menino saiu e foi para o colo da cuidadora. Segundo a babá, Henry então reclamou de dor no joelho, e Leila Rosângela teria perguntado se o menino havia machucado o pé. Henry respondeu então que "era pela 'banda' [rasteira]", mas não explicou com detalhes o que havia acontecido, de acordo com Thayná.

No mesmo dia, já à noite, a babá relatou que Leila Rosângela teria lhe telefonado perguntando o que tinha acontecido e que a cuidadora contou que Henry reclamou após ter "apanhado de Jairinho".

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Irmã de Jairinho pediu que empregada fosse até advogado

No dia 23 de março, 15 dias após a morte de Henry Borel, 4, Leila Rosângela foi chamada para prestar esclarecimentos na 16ª DP (Barra da Tijuca).

Ele relatou que, desde que começou a trabalhar no apartamento do condomínio Majestic —dia 8 de janeiro— viu Dr. Jairinho, Monique e o menino juntos apenas por três vezes. Aos policiais, a funcionária disse ainda que o vereador e Henry não ficavam sozinhos e que não presenciou discussões na casa.

Ainda em depoimento, Leila Rosângela descreveu como foi a manhã do dia 8 de março. Segundo a faxineira, ela chegou no horário normal de trabalho, por volta de 7h30, que estranhou a luz da sala acesa e que os demais cômodos estavam como de costume.

Ela explicou como estava o quarto do casal e disse que a forma como encontrou a poltrona encostada na cama era normal, já que Henry tinha o costume de dormir no cômodo.

Aos policiais, a faxineira falou que, por volta de 9h15, Dr. Jairinho chegou em casa, lhe deu "bom dia", tirou os chinelos, calçou os sapatos e saiu. Para ela, nenhuma anormalidade foi notada.

Logo em seguida, por volta de 9h45, Leila Rosângela afirmou que Monique Medeiros ligou perguntando se ela já estava no apartamento —ela falou à mãe de Henry que "inclusive já estava quase terminando a arrumação".

A professora então pediu para que a empregada tirasse o dia de folga e, questionada sobre o que tinha acontecido, Monique teria dito: "Depois a gente conversa".

Ao deixar o apartamento do casal, Leila Rosângela relatou ter encontrado Monique com um homem e uma mulher, e que a mãe de Henry estava com o rosto inchado. Ao perguntar o motivo do choro, Monique lhe relatou que o menino havia passado mal e falecido.

A Polícia Civil perguntou para a funcionária se, após a morte de Henry entraram em contato com ela, e ela negou. Porém disse que Thalita Santos, irmã de Jairinho, ligou pedindo para que ela fosse até o escritório do advogado e, ao chegar ao local, o defensor André França —que atualmente representa apenas Jairinho— perguntou sobre a rotina da casa.

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