Conselho de Segurança da ONU é instado a punir autores de violência sexual em conflitos
Nações Unidas, Estados Unidos, 14 Abr 2021 (AFP) - Diversas personalidades e países pediram nesta quarta-feira (14) ao Conselho de Segurança da ONU que imponha mais sanções àqueles que recorrem à violência sexual em conflitos, crime que aumentou no ano passado em lugares como Etiópia, Líbia, República Democrática do Congo ou Darfur.
"O clima de impunidade continua a ser a norma, não a exceção", lamentou o ginecologista congolês Denis Mukwege em uma sessão anual do Conselho sobre o flagelo da violência sexual em conflitos.
"Enquanto esses crimes hediondos não forem processados e punidos, eles continuarão", disse o ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2018, pedindo ao Conselho de Segurança que estabeleça "uma linha vermelha".
Lembrando que o último relatório da ONU sobre o assunto identificou 52 pessoas ou entidades suspeitas de violência sexual, Pramila Patten, emissária do secretário-geral, destacou que "mais de 70% delas estão na lista da ONU há cinco anos ou mais sem ação punitiva".
"É essencial garantir uma maior coerência entre as listas e a imposição de medidas específicas e progressivas por parte dos comitês de sanções da ONU" que tratam dos diferentes conflitos, solicitou a responsável da ONU.
"Se aplicadas de maneira oportuna e consistente, as sanções podem mudar o cálculo dos perpetradores, que presumem que o estupro é 'gratuito' - até mesmo lucrativo - em guerras onde mulheres são traficadas, comercializadas e vendidas", acrescentou Patten.
Embora vários membros do Conselho de Segurança tenham se manifestado durante a videoconferência do Conselho contra o uso da violência sexual como "arma de guerra", poucos apoiaram a ideia de impor mais sanções internacionais aos perpetradores de violência sexual.
Entre eles, a Irlanda, membro não-permanente do Conselho, classificou as sanções como "uma ferramenta subutilizada para dissuadir e punir a violência sexual em conflitos".
"Este Conselho tem os meios para agir e precisamos examinar nosso uso de sanções direcionadas, em particular os critérios para designar a violência sexual relacionada com conflitos e a lista de sancionados", disse a embaixadora irlandesa Geraldine Byrne Nason.
prh/vgr/gma/lda/mr
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.