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Com pandemia sob controle, Dinamarca abre mão de vacina da AZ

14/04/2021 10h05

COPENHAGUE, 14 ABR (ANSA) - O governo da Dinamarca anunciou nesta quarta-feira (14) que não vai mais usar a vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford em sua campanha de imunização contra o novo coronavírus.   

Com isso, o país se torna o primeiro Estado-membro da União Europeia a abandonar oficialmente a vacina da multinacional anglo-sueca.   

"Baseando-se em análises científicas, nossa avaliação geral é de que existe um risco real de efeitos colaterais graves associados ao uso da vacina anti-Covid-19 da AstraZeneca. Portanto, decidimos remover a vacina de nosso programa de imunização", disse o diretor-geral da Autoridade Sanitária da Dinamarca, Soren Brostrom, por meio de comunicado.   

Tanto a agência de medicamentos da União Europeia (EMA) quanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam que não há motivos para suspender o uso da fórmula da AstraZeneca e que seus benefícios na luta contra a pandemia superam os riscos de efeitos colaterais.   

Há exata uma semana, a EMA disse que um tipo "incomum" de trombose associada a uma baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia) deve ser listado como possível evento adverso "muito raro" da vacina anglo-sueca.   

Até 22 de março, haviam sido reportados 86 casos de trombose cerebral da cavidade venosa ou de trombose venosa esplâncnica em uma população de 25 milhões de vacinados na Europa, ou seja, 0,0003% do total.   

Para efeito de comparação, a taxa de letalidade da Covid-19, que varia de país para país, costuma girar entre 1% e 4% do total de infectados. "A combinação de coágulos sanguíneos e baixo nível de plaquetas é muito rara, e os benefícios gerais da vacina na prevenção da Covid-19 superam os riscos de efeitos colaterais", declarou a EMA na ocasião.   

A Autoridade Sanitária da Dinamarca disse concordar com a avaliação da agência europeia, mas ressaltou que cada país deve levar em conta sua situação na pandemia e a disponibilidade de outras vacinas ao decidir sobre o imunizante da AstraZeneca.   

"No meio de uma epidemia, é uma decisão difícil continuar nosso programa de vacinação sem um imunizante eficaz e prontamente disponível contra a Covid-19. No entanto, temos outras vacinas à disposição, e a epidemia está atualmente sob controle", salientou a agência.   

Com 5,8 milhões de habitantes, a Dinamarca soma quase 240 mil casos de Covid-19 e cerca de 2,5 mil mortes. Na última terça (13), o país registrou apenas 563 novos casos e três óbitos.   

Além disso, 17% da população já está parcialmente vacinada contra o novo coronavírus, um dos maiores percentuais na UE.   

"Percorremos um longo caminho para vacinar os grupos de idade mais avançada. A idade é o principal fator de risco para casos graves de Covid-19. Os próximos públicos-alvo da vacinação têm menor probabilidade de adoecer de forma grave, então precisamos pesar isso contra o fato de que temos agora um risco conhecido de efeitos adversos graves com a vacina da AstraZeneca", acrescentou Brostrom.   

Segundo a agência dinamarquesa, todas as pessoas com 16 anos ou mais poderão se vacinar a partir do fim de junho. Aquelas que já tomaram a primeira dose da AstraZeneca receberão a segunda de outro imunizante.   

Atualmente, a UE também usa as fórmulas da Pfizer e da Moderna, enquanto a da Janssen entrou em estado de espera após a suspensão de utilização nos EUA, também devido à suspeita de relação com casos graves e raros de coagulação sanguínea.   

(ANSA).   

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