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Biden anuncia retirada das tropas do Afeganistão até 11/9

14/04/2021 16h32

WASHINGTON, 14 ABR (ANSA) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (14) que irá retirar oficialmente as tropas americanas do Afeganistão até o dia 11 de setembro, data do aniversário de 20 anos dos atentados contra o World Trade Center e o Pentágono, que desencadearam a invasão do país asiático.   

"Somente os afegãos têm o direito e a responsabilidade de liderar seu país", afirmou o democrata, em pronunciamento na Casa Branca. O anúncio marca um fim simbólico para a guerra mais longa da história americana e é o primeiro grande ato de Biden em relação às Forças Armadas dos EUA que atuam no estrangeiro.   

"Eu sou agora o quarto presidente dos Estados Unidos a presidir a presença de tropas americanas no Afeganistão. Já foram dois republicanos, dois democratas. Não vou passar essa responsabilidade para um quinto", declarou. "É hora de encerrar a guerra mais longa dos EUA. É hora das tropas americanas voltarem do Afeganistão", concluiu.   

Com a decisão, as tropas americanas começarão a ser retiradas já a partir de 1º de maio, em uma operação que deve ser concluída até 11 de setembro.   

"Não vamos nos precipitar para sair. Faremos isso de maneira responsável e segura, em total coordenação com nossos aliados que agora têm mais forças no Afeganistão do que nós", explicou.   

O presidente americano ainda ressaltou que não dá para "continuar o ciclo de estender ou expandir" a presença militar no Afeganistão "na esperança de criar as condições ideais para a retirada, esperando um resultado diferente".   

De acordo com Biden, os Estados Unidos já alcançaram sua meta no Afeganistão há 10 anos, quando o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, foi morto por um comando americano". "Depois disso, as razões para ficar lá são cada vez menos claras".   

Além disso, o democrata declarou que seu país continuará alerta para novas ameaças terroristas e vai prestar contas com o Talibã sobre o que acontecerá no Afeganistão.   

"Vamos reorganizar nossa capacidade de contraterrorismo para evitar o ressurgimento da ameaça terrorista. Vamos responsabilizar o Talibã por seu compromisso de não permitir que nenhum terrorista ameace os Estados Unidos ou seus aliados em solo afegão. O governo afegão também assumiu esse compromisso", finalizou Biden.   

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, disse que falou com Biden antes de seu discurso. "A República Islâmica do Afeganistão respeita a decisão dos EUA e trabalharemos com nossos parceiros americanos para garantir uma transição tranquila", disse no Twitter.   

Logo após a decisão do chefe de Estado americano, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) emitiu uma nota após uma reunião extraordinária, em Bruxelas, entre os ministros das Relações Exteriores dos quatro países envolvidos na missão no Afeganistão - Alemanha, EUA, Itália e Turquia - e do Reino Unido, que também integra a aliança.   

"Os aliados estabeleceram que começaremos a retirada das forças do Afeganistão a partir de 1º de maio. Essa retirada será ordenada, coordenada e deliberada", diz o texto.   

Segundo a Otan, a expectativa é de que a operação seja concluída dentro de alguns meses, e qualquer ataque do Talibã contra as tropas aliadas durante esta retirada receberá uma resposta enérgica.   

A medida histórica também foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio. "Depois de 20 anos, como Otan, decidimos deixar o Afeganistão. Esta é uma decisão memorável. Os nossos soldados também regressarão à sua pátria", escreveu o italiano no Facebook. (ANSA)
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