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Gorbachev quer reunião entre Putin e Biden em breve: "não há tempo a perder"

13/04/2021 19h57

Moscou, 13 abr (EFE).- O último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, pediu nesta terça-feira aos presidentes de Rússia e Estados Unidos, Vladimir Putin e Joe Biden, para que realizem uma cúpula o mais rápido possível para normalizar as relações.

"Saúdo a proposta do presidente dos EUA, Joe Biden, de realizar uma reunião Rússia-EUA ao mais alto nível", disse Gorbachev à agência de notícias russa "Interfax".

Gorbachev, que completou 90 anos em março, lembrou que "em muitas ocasiões" ele pediu aos líderes das duas superpotências para se encontrarem, já que "só assim podemos começar a construir novas relações bilaterais".

"Ainda mais quando nossos países já têm experiência. Refiro-me às minhas reuniões com o presidente (americano Ronald) Reagan em Genebra e Reykjavik", disse.

Ele enfatizou que "não há tempo a perder" e é necessário "agir sem demora, emitir ordens correspondentes aos embaixadores e ministros das relações exteriores para iniciar os preparativos para a cúpula".

De acordo com o Kremlin, Biden propôs a Putin que considerasse a possibilidade de se reunir "a curto prazo". De acordo com um comunicado da Casa Branca, a cúpula seria realizada "nos próximos meses ... em um terceiro país".

Se isso acontecer, seria a primeira reunião de alto nível entre os líderes dos dois países desde que Putin e Trump se encontraram em Helsinque, em julho de 2018.

O chefe do comitê de assuntos internacionais da Duma - a câmara dos deputados russa -, Leonid Slutski, classificou a proposta de Biden como "um passo do confronto ao diálogo".

As relações entre Moscou e Washington se deterioraram nos últimos anos, embora a chegada de Donald Trump à Casa Branca, em 2016, tenha gerado muitas expectativas na Rússia.

Após a posse de Biden, os dois países estenderam o último tratado de desarmamento nuclear mútuo, o chamado Novo Start, mas recentemente o presidente dos EUA chamou Putin de "assassino", e Moscou convocou seu embaixador em Washington para consultas.

Nas últimas semanas, Biden manifestou apoio ao presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, diante do que classificou como uma "agressão" russa na região de Donbass, e criticou a mobilização das tropas russas na fronteira ucraniana.

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