Polícia cria força-tarefa para apurar sumiço de 3 meninos de Belford Roxo
A Polícia Civil do Rio criou uma força-tarefa para investigar o desaparecimento de três meninos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, que completou 100 dias nesta semana.
Há um mês, o Ministério Público do Rio localizou imagens de uma câmera de segurança que flagrou os três meninos caminhando no dia do sumiço. Os investigadores acreditam que eles foram capturados nesse trajeto.
Nos próximos dias, a Polícia Civil irá participar de uma operação em conjunto nas comunidades do Castelar, Roseiral e Dimas Filho, em Belford Roxo, para tentar localizar os corpos das vítimas e os autores do crime, atribuído ao tráfico de drogas que atua nessas regiões —em fevereiro, foram feitas buscas em uma ação com cães farejadores do Corpo de Bombeiros.
As ações da Divisão de Homicídios agora contam com o apoio de agentes da Subsecretaria de Inteligência e da Delegacia de Descoberta de Paradeiros para desvendar um crime ainda sem solução.
Segundo a Polícia Civil, os garotos teriam sido assassinados a mando do tráfico de drogas por terem descumprido uma ordem dada pelos criminosos.
Contudo, a advogada Vanusa Cândido do Carmo, da OAB Belford Roxo, revelou ter ido à delegacia nos últimos dias, onde disse ter sido informada de que não há novas pistas sobre o crime. "Estamos sem notícias. Os familiares também não possuem informações concretas".
Ela também criticou a demora para a obtenção das imagens das crianças no dia do crime. "Outras ações mais contundentes ficaram mais difíceis por causa do longo tempo", analisou.
Defensoria Pública e Superintendência Estadual de Prevenção e Enfrentamento das Pessoas Desaparecidas, órgão ligado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, também estão acompanhando o caso.
O que se sabe sobre o caso
Os três meninos desapareceram depois de saírem para brincar em um campo de futebol perto de casa no bairro Castelar, em Belford Roxo. Após procurarem pelas crianças ao longo do dia, as mães de Fernando Henrique, 11, Lucas Matheus, de 8 anos, e Alexandre da Silva, 10, foram à delegacia pela primeira vez por volta das 21h de 27 de dezembro, um domingo de plantão na unidade policial.
Lá, foram orientadas a retornar no dia seguinte, caso os meninos não voltassem para casa. Só registraram ocorrência na manhã do dia 28, 24 horas após o desaparecimento. Foi quando teve início a investigação conduzida pela DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense).
O núcleo de defesa dos direitos humanos da Defensoria Pública contesta a abordagem dos agentes às mães na delegacia, citando a lei 13.812, que recomenda o registro imediato da ocorrência.
O órgão diz que encaminhou à Polícia Civil uma recomendação para fixação de cartaz nas delegacias do estado do Rio, com informações sobre a determinação. "A Polícia Civil já iniciou o projeto de confecção de cartazes para afixar nas delegacias muito antes e qualquer recomendação de terceiros", disse a entidade, por meio de nota.
A Polícia Civil afirma ter analisado mais de 40 câmeras, mas diz que não encontrou indícios do deslocamento das crianças.
Um vizinho, que chegou a ser torturado pelo tráfico local, foi levado à delegacia. Mas a sua participação no crime foi descartada pela polícia. Roupas encontradas na casa dele com vestígios de sangue foram submetidas a um exame de DNA, que não constatou material genético dos meninos.
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