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Três candidatos à presidência do Peru na mira da justiça

10/04/2021 19h52

Lima, 10 Abr 2021 (AFP) - Três dos 18 candidatos à presidência do Peru, incluindo Keiko Fujimori, estão sob o escrutínio da promotoria, que está coletando provas e depoimentos para levá-los a julgamento.

A primogênita do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), atualmente preso, ficou 16 meses em prisão preventiva, até maio de 2020, por envolvimento no esquema de propinas pagas pela Odebrecht, que afetou também quatro ex-presidentes peruanos.

Keiko está sendo investigada por supostamente ter recebido contribuições ilegais da Odebrecht em suas campanhas presidenciais em 2011 e 2016.

O ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016), candidato sem chance de vencer as eleições de domingo, segundo as pesquisas, também está sendo investigado no mesmo caso.

Humala e sua esposa, Nadine Heredia, passaram nove meses em prisão preventiva entre 2017 e 2018 pelo caso Odebrecht, e ambos devem ser julgados em um futuro próximo.

"Estou sendo investigado por um suposto crime. Estamos lutando e nos levantando. Não estamos fugindo, estamos enfrentando tudo", se defendeu Humala recentemente.

O casal é acusado de ter recebido ilegalmente três milhões de dólares pela campanha que levou o militar aposentado ao poder em 2011.

Somente uma condenação em última instância impede um cidadão peruano de se candidatar a uma eleição.

"Uma pessoa processada não é uma pessoa que foi condenada", lembrou o analista político Fernando Tuesta à AFP.

"Não se pode impedir sua candidatura, ele não está impedido. Não há país que impeça uma pessoa processada de se candidatar, porque obviamente pode ser inocente", acrescentou.

O outro candidato da minoria que deve ir a julgamento é Daniel Urresti, um general aposentado sem chance de avançar para o segundo turno presidencial, marcado para 6 de junho.

Urresti foi absolvido em 2018 pelo assassinato do jornalista Hugo Bustíos na região andina de Ayacucho em 1988, durante o conflito armado interno.

Mas, em 2019, a Suprema Corte anulou a decisão, o que obrigará Urresti a ser julgado novamente após as eleições.

Se um desses candidatos for eleito presidente, só poderia ser levado a julgamento após o término de seu mandato de cinco anos.

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