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"Como um genocídio": Mais de 80 mortos em mais uma noite de repressão da junta militar em Mianmar

10/04/2021 13h56

As forças de segurança birmanesas usaram granadas para dispersar um protesto contra o golpe militar perto de Yangon na sexta-feira (9), matando mais de 80 pessoas, de acordo com a contagem deste sábado (10) publicada pelo grupo de vigilância da Associação para Assistência a Presos Políticos (AAPP), além de uma mídia local.

Nenhum detalhe havia sido ainda divulgado sobre os resultados da repressão a esta manifestação em Bago, uma cidade localizada a cerca de 90 km da capital econômica do país, quando as forças de segurança recolheram os corpos e os levaram para um templo budista antes de fechar o bairro, de acordo com testemunhas e mídia local.

O AAPP e o site de notícias Myanmar Now relataram neste sábado (10) que cerca de 82 pessoas foram mortas durante o protesto contra o golpe militar de 1º de fevereiro.

"É como um genocídio", disse um dos organizadores do protesto, de acordo com comentários relatados por Myanmar Now. "Eles atiram até nas sombras."

Muitos dos moradores da cidade fugiram, de acordo com postagens nas redes sociais. O porta-voz da junta militar que tomou o poder em Mianmar se recusou a comentar os eventos da sexta-feira.

A AAPP, que publica um número diário de vítimas e prisões ligadas a protestos, relatou anteriormente que 618 pessoas foram mortas desde que os militares tomaram o poder.

Exército birmanês nega

O número é contestado pelo exército, o que justifica o golpe pelo fato das eleições legislativas de novembro, vencidas pelo partido da ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, terem sido "fraudadas", acusação refutada pela comissão eleitoral.

O porta-voz da junta militar, general Zaw Min, disse em entrevista coletiva na sexta-feira que o exército registrou 248 mortes entre civis e 16 entre as forças de segurança, acrescentando que estas últimas não estavam usando armas automáticas.

Deputados birmaneses demitidos de seus cargos pela junta mimitar na sexta-feira pediram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que pressionasse a junta.

(Com informações da AFP)

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