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Bravo Motor: veja a marca de carros elétricos que investirá R$ 25 bi em MG

Arq Bravo Motor Company conceito Rod-on - Divulgação
Arq Bravo Motor Company conceito Rod-on Imagem: Divulgação
do UOL

José Antonio Leme

Do UOL, em São Paulo (SP)

09/03/2021 04h00

Na última sexta-feira (5) o governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema, assinou um protocolo de intenções com a empresa Bravo Motor Company para implantação de uma fábrica de veículos elétricos e pacotes de baterias na Grande Belo Horizonte. O projeto, batizado de Colosso 1, tem investimento estimado de R$ 25 bilhões.

O montante será injetado até o final de 2029 e a empresa projeta criar mais de 13 mil empregos diretos e indiretos. A estimativa para o início das obras para a fábrica é junho de 2021 com início das operações em 2023.

A Bravo Motor Company tem, inclusive, projeções de quanto quer produzir já em 2024, segundo o governo de Minas Gerais. A empresa quer entregar 22.790 unidades de carros elétricos e 43.750 pacotes de baterias. Esses números para venda no Brasil e exportação.

A ArqBravo foi fundada por Miguel Angel Bravo, que aparece como "inventor, professor, arquiteto e pesquisador" em um site americano da companhia, e que empresta seu sobrenome para a empresa. Enquanto Bravo aparece como fundador e presidente do conselho (chairman), Eduardo Javier Muñoz aparece como presidente executivo (CEO).

O fundador Miguel Angel Bravo no conceito Rod-on - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

A Bravo Motor Company foi criada na Argentina em 2008, mas está sediada atualmente em Merced, Califórnia (EUA), sob o nome de ArqBravo Group. O nome Bravo Motor Company surgiu sob um CNPJ criado para registrar a empresa no Brasil e tem um site que não funciona, bem como seu equivalente argentino.

Um dos projetos já criados pela companhia é um citycar elétrico, batizado de Rod-on. Ele tem espaço para duas pessoas e autonomia de 120 km com uma carga na bateria. A proposta que é que os carros sejam utilizados em sistema de car sharing, no qual você paga com cartão de crédito e retira ou devolve em qualquer ponto de recarga da cidade.

A Bravo também pensou anteriormente em um projeto de estações de recarga em formato de prédio. Segundo a proposta da companhia, esses prédios cilíndricos teriam capacidade de carregar as baterias de até 30 desses citycars ao mesmo tempo, além de estarem aptos a carregar outros carros elétricos e serem alimentados por painéis solares que acompanham o movimento do sol durante o dia.

No site americano da companhia, no qual o carro elétrico urbano é batizado de "road-on" e não "Rod-on" há mais informações e também algumas especificações técnicas do produto. No projeto ele usa bateria de grafeno-sílica e tem um motor elétrico que rende "entre 111 cv e 200 cv", segundo a ficha técnica. O torque máximo é de 46,9 mkgf.

A lista de coisas que a empresa promete que o carro terá faz inveja a maior parte dos modelos atuais à venda no País. Entre os itens estão tecnologia de direção autônoma, controle de tração com assistente de partida em rampa, sete airbags, espelhos retrovisores aquecidos, sensores de luz e chuva, ar-condicionado e banco com detecção de peso e de uso de cinto de segurança.

A!PA Auto Popular Argentino - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Empresa já prometeu carro argentino popular

A empresa também é a mesma que em 2012 tentou criar no mercado argentino o A!PA, ou Auto Popular Argentino. Ele seria um carro com estilo de crossover e 4 metros de comprimento e cinco lugares e carroceria de Polietileno, ou resina termoplástica, em termos gerais. Uma espécie de Ecosport, mas com design que lembra o Land Rover Evoque con dianteira de um Lada moderno.

Sua motorização seria baseada em uma versão do 1.0 da Fiat com 65 cv, pois havia a intenção de vendê-lo no Brasil e conseguir benefícios fiscais. A ArqBravo prometia garantia de três anos ou 100 mil km. A empresa, à época, que também era possível equipá-lo com os motores 1.4 Fire Evo de 82 cv ou o 1.8 de 130 cv, também da Fiat. Por fim, queria uma versão elétrica.

O APA nunca foi produzido.

Projeção de sede na região de Confins (MG) - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Empresa será uma das sediadas no Cluster Industrial

A empresa, em tese, será uma das alojadas dentro do programa Colossus Cluster, nos arredores do Aeroporto Internacional de Confins, na grande Belo Horizonte. O projeto foi criado para sediar um "conjunto de empresas dedicado à inovação aplicada nas áreas de mobilidade urbana e energia", diz o site do governo mineiro.

Lá serão fabricadas baterias de lítio, veículos de mobilidade urbana destinados ao transporte de pessoas e ou mercadorias, sistemas de armazenamento de energia, componentes de comunicação para satélites, sistemas de recarga por indução, motores elétricos, entre outros.

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